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Polícia libera Mano Brown após prisão por desacato

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Mano Brown, vocalista do grupo Racionais MC's, foi liberado pela Polícia Civil de São Paulo após ser detido acusado de desobediência durante abordagem em uma blitz na avenida Carlos Caldeira Filho, na Zona Sul da cidade. Ao deixar o local, o rapper foi cercado por fãs que lotaram a porta da delegacia e demonstraram apoio ao artista.

O delegado Fábio Brandão, responsável pelo caso, falou sobre a ocorrência depois que Mano Brown deixou a 37ª DP. Segundo ele, Brown assinou um termo circunstancial de desobediência por não ter acatado a ordem de um policial durante uma blitz.

"Estava acontecendo uma ocorrência, ele viu, freou porque viu um cone. Diante disso, o policial militar pediu para que ele parasse. No momento da abordagem, aconteceram divergências. O policial diz que ele resistiu à ordem de revista e ele diz que o PM usou força desproporcional. Pedro Paulo (nome de batismo de Mano Brown) disse que estava machucado no ombro e que o policial puxou forte na hora de colocar suas mãos na cabeça. Segundo o policial, ele seguiu os procedimentos. O policial não o reconheceu na hora da parada. Esse mesmo o imobilizou. Mano alega que foi xingado por policiais militares, ele não sabe quem. O policial disse que o rapper também xingou. Aqui na delegacia, ouvimos todo mundo. Ele responde por desobediência, agora vai para o fórum e é com o promotor. O mesmo vale para averiguar se houve excesso de força policial."

Segundo o advogado de Mano Brown, Rafael Ornaghi, o rapper relatou que houve uso de força excessiva pelo policial que realizou a abordagem. Após a primeira reclamação de Brown quanto à imobilização geralmente feita pela polícia, em que o indíviduo precisa colocar as mãos sobre a cabeça, o rapper foi imobilizado no chão e algemado.

O delegado confirmou a acusação e disse que foi pedido exame de corpo de delito. Para o delegado, cabe ao promotor julgar se houve excesso por parte do policial, mas o mesmo relatou que fez a abordagem padrão de quando alguém oferece resistência.

O ex-senador Eduardo Suplicy, atual secretário de Direitos Humanos de São Paulo, esteve na delegacia para mostrar apoio a Mano Brown e disse achar que os policiais sabiam de quem se tratava na hora da abordagem. "Vim em soliedariedade. Acho que houve abuso de autoridade. Ele foi jogado no chão, levou um mata-leão... Fiquei pensando: por que agir com tanta truculência? O Pedro Paulo é conhecido no Brasil como Mano Brown, todo mundo conhece", disse Suplicy ao deixar o local.

Segundo a polícia, Mano Brown estava com a carteira de motorista vencida desde 2012 por causa de um exame médico pendente. Além disso, o carro, que está no nome da mãe dele, tem multas que somam cerca R$ 2,3 mil, e o IPVA também estava vencido desde 2012. Por estes motivos, o carro de Mano foi apreendido. O delegado Fábio Brandão ressaltou que a ocorrência em relação ao veículo não tem nada a ver com o fato do rapper ter sido detido.

O advogado do rapper, Rafael Ornaghi, acusou os policias de abordagem indevida. "Ele foi parado na blitz, o reconheceram e a abordagem policial foi de forma violenta. Houve discussão e ele foi trazido para cá por desacato. Os policias dizem que pediram para ele colocar as mãos na cabeça, mas ele teve o braço forçado para trás, ele disse que pediu calma aos policiais mas foi algemado e jogado no chão", afirmou Ornaghi sendo cauteloso ao usar o termo agressão. "Foi levemente agredido, mas só vamos saber ao certo depois do resultado dos exames. Vamos acompanhar o andamento dessa ação, juntar provas e averiguar o que será feito", declarou.

Rafael também fez questão de descartar qualquer outro tipo de problema envolvendo seu cliente: "Gostaria de deixar claro que não há nenhum envolvimento com crime nesta ação. Não há nenhuma ilegalidade, não foi cometido nenhum delito. Não há envolvimento com o tráfico de drogas, como já ouvi falarem hoje. Ele tem provas e filmagens que serão juntadas ao processo posteriormente."

Fonte: EGO

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