Quatro anos depois de uma campanha vergonhosa em Guadalajara, em que acabou eliminado na fase de grupos, o Brasil voltou a mostrar força continental no basquete masculino e venceu a final dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, neste sábado, ao fazer 86 a 71 no Canadá, que jogava em casa e teve a torcida como grande aliada na parte final.
A medalha de ouro em Toronto é o primeiro título do Brasil sob o comando do argentino Rubén Magnano, que assumiu a seleção após o Mundial de 2010 e tem um título olímpico no currículo, além de marcar a volta das conquistas em torneios adultos desde o Sul-Americano de 2010.
Três jogadores contribuíram com 13 pontos para o Brasil na final: Rafael Hettsheimeir, Larry Taylor e Augusto Lima. O cestinha do duelo, no entanto, foi o canadense Anthony Bennett, com 18.
A badalação era alta em cima do Canadá, que conta com jogadores promissores como Jamal Murray e Anthony Bennett, pelo retrospecto neste Pan, com direito a vitória nas semifinais sobre os Estados Unidos (que ficaram com a medalha de bronze). Jogando em casa, esperava-se que a equipe usasse a intensidade, aliada à pressão da torcida, para consagrar a campanha indo ao topo do pódio.
Aconteceu exatamente o oposto. Mesmo desperdiçando duas posses de bola logo nos primeiros segundos, o Brasil mostrou uma organização tática impecável, com defesa forte e paciência para achar espaços e arremessar. A cada ataque, o ímpeto dos espectadores foi murchando e os canadenses se viram acuados pelo rival.
Com 11 pontos, o pivô Rafael Hettsheimeir fez o Brasil acelerar no placar ainda no primeiro período (26 a 13). No quarto seguinte, Magnano rotacionou o quinteto em quadra, e mesmo sem titulares a seleção manteve a consistência, chegando a abrir 20 no marcador. Impulsionado pelo bom aproveitamento da linha de três (seis chutes convertidos em 11 tentativas, com 55% de eficiência), o Brasil foi para o vestiário vencendo por 18 pontos (48 a 29).
"Let's go, Canada!", gritavam alguns mais confiantes quando a partida recomeçou, mas o Brasil chegou a ter vantagem de 25 pontos (58 a 33). A defesa, porém, perdeu um pouco de consistência, obrigando Magnano a pedir tempo, e perder a paciência, na metade do período.
Anthony Bennett fez a torcida canadense despertar de novo com uma bela sequência: toco em J.P. Batista e ponte aérea após a assistência de Melvin Ejim. A pressão funcionou, fez até o garoto Jamal Murray, de 18 anos e um futuro promissor pela frente, aparecer com uma cesta de três e recuperando uma posse de bola. Passou a ser o momento mais crítico do Brasil no jogo, com pressão dentro e fora de quadra. A diferença despencou para 13 pontos (67 a 54).
Faltavam dez minutos para consolidar a superioridade mostrada desde o início, mas o Brasil sentiu encurralado pela marcação sob pressão dos canadenses e pelo grito das arquibancadas. Com nove pontos seguidos, a diferença caiu para seis (69 a 63). Magnano parou o jogo, a equipe voltou com uma defesa mais atenta e agressiva, mas perdeu Vitor Benite, destaque deste Pan mas apagado na final, por excesso de faltas.
O Brasil se tranquilizou, ao contrário do Canadá, que tentou de forma afobada virar o marcador e acabou permitindo que a vantagem subisse para 15 pontos.
Fonte: IG
