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Embarque: Ônibus lotado na zona norte e desconhecimento rumo à zona Sudeste

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Na música, Roberto Carlos nunca teve lá muito problema com transporte coletivo. Desde os tempos da Jovem Guarda, ele “andava demais, corria demais” a “120, 150, 200 quilômetros por hora”, teve lambreta, Cadillac, Calhambeque, até caminhão e táxi. Quem tinha uma dor de cabeça tremenda eram Os Demônios da Garoa que não podiam tirar o olho do relógio. Do contrário, perderiam o trem pra voltar ao Jaçanã. Enquanto estes ícones brasileiros se aventuravam com seus transportes nas canções, a vida real para uma grande parcela dos habitantes de Teresina que precisa utilizar os ônibus tem menos poesia. 

O CidadeVerde.com estendeu o braço, fez sinal e embarcou em vários destes veículos da capital, cruzando as zonas e ouvindo os usuários que usam esse meio de transporte para se locomover, seja diariamente ou eventualmente. Nas páginas a seguir você vai descobrir, entre outras coisas, o que eles pensam, o que esperam e o quanto esperam, nesse vai e vem cheio de paradas e histórias. 

Uma de nossas equipes iniciou o seu trajeto no terminal do Residencial Jacinta Andrade, na zona norte. Mas antes conversou com pessoas que aguardavam o transporte na parada, no Monte Verde. Eram 5h30. “O ônibus já devia ter passado. Eu chego sempre atrasada no serviço”, reclamou a doméstica Regina Melo Silva Xavier, de 52 anos, enquanto aguardava o veículo que faz a linha 201, via avenida Centenário. 

O autônomo Luiz Barros Rodrigues, 50 anos, também esperava o coletivo para levar a filha Sandra ao Hospital Natan Portela, onde a garota, que tem diagnóstico de lúpus, passaria por exames. “Levantamos às 4h, mas perdemos o ônibus das 5h30. Ela tinha que estar lá às 7h. Precisa ir três vezes na semana. Essa é uma doença que a gente ouve falar, mas nem sabe direito o que é” , resigna-se. Alguns minutos depois, ambos conseguem pegar o ônibus, que estava lotado. 


Luiz Barros espera o ônibus... 


... que, lotado, para depois do ponto.

 

A equipe chegou ao terminal às 6h. Do local, saem oito linhas: 101, 104, 105, 106, 108, 109, 201, 204 e 202; os primeiros saem às 5h. Muitos deles, passam pelas diversas ruas do Jacinta Andrade e ainda entram na Santa Maria da Codipi, Monte Verde, Parque Brasil, a fim de atender a população daquela populosa região. Às 6h20, partiu o 104 que vai até os shoppings e nele, o CidadeVerde.com.

Alguns pontos depois, o mecânico Fernando Campos, de 29 anos, embarca já na saída do Residencial e ainda consegue assento. Ele trabalha no bairro Tabuleta e faz integração no Centro. “Agora é até tranquilo; pior quando é na volta; parece que vem todo mundo ao mesmo tempo”, observa. 

A auxiliar financeira de um hospital da zona leste, Soraia Goes, de 20 anos, subiu na avenida Poti e precisa de muito jogo de cintura para entrar no veículo. “O problema é que os ônibus que vêm do Jacinta já chegam aqui lotados; não importa quantos são, estão cheios . Devia ter um terminal aqui na Santa Maria.  Isso dificulta muito a minha chegada ao trabalho porque a chefe do meu setor acha que às vezes chego atrasada por querer. Não é. Já tentei explicar que é sempre assim: os ônibus lotados, às vezes quebram, ainda tenho que pegar outro ônibus para chegar ao hospital porque não há linha daqui para a zona leste. É difícil, mas temos que trabalhar”, descreve. 

 


Soraia Goes já entra com o ônibus lotado e sem lugar para sentar

 

Após cortar diversos bairros da zona norte como Poti Velho e São Joaquim, o trânsito piora conforme a Miguel Rosa se aproxima. Após uma certa dificuldade para esta via e a Campos Sales, a maior parte dos usuários desembarcam na Praça Marechal Deodoro da Fonseca, a Praça da Bandeira, e na primeira parada da avenida Frei Serafim.  

Rafael dos Santos, 23 anos, auxiliar de serviços gerais, é um dos últimos a descer nesta leva. Ele subiu no bairro São Joaquim e desembarcou no shopping Riverside. “Eu fico em pé desde quando entro e só consigo lugar para sentar na Frei Serafim. É um trecho bem longo”, descreve.

 


Ônibus 104 chega quase vazio aos shopings.

 

Após quase uma hora e meia no trânsito e dar a volta nos shoppings, extremo desta linha, a equipe desembarca na Frei Serafim. Segundo o cobrador, a média do horário é de 170 a 200 passageiros na viagem completa dependendo do dia, sendo que 95% dos passageiros embarcam na ida. Apenas cerca de dez pessoas fazem o caminho de volta. Agora, vamos fazer a integração e seguir em direção à zona Sudeste.

 

 

No ônibus 506, da linha São Paulo – Renascença , há menos passageiros e todos estão devidamente sentados, reflexo do trajeto centro-bairro que nesse horário da manhã possui menos usuários. 

Lucilene Lopes e Silva, de 23 anos, tinha passado o final de semana com a mãe em Timon e  voltava para o Renascença II, onde mora. “O maior problema, para mim, é a falta ônibus à noite. Às vezes, tenho que ir para casa de mototáxi da padaria onde eu trabalho. Porque eu saio às 22h e o ônibus passa às 23h. Dá medo de ficar na parada por causa dos assaltos. Teresina está muito perigosa”, diz. 

 


Lucilene voltava pra casa após fim de semana com a mãe

 

A doméstica Maria Vieira de Sousa, de 43 anos, subiu no São Cristóvão e também voltava para casa, após dormir na casa da patroa, no planalto Uruguai. “Eu recebo um salário e meio e gasto quase 300 reais em ônibus, fora as passagens das minhas duas filhas que são estudantes. É um dinheiro que faz falta”, contabiliza. Maria não faz integração de ônibus e disse que não usa o cartão porque prefere pagar em dinheiro. “Me disseram que eu tinha que pegar o ônibus muito ligeiro. Não tenho como porque eles demoram a passar às vezes chego na parada e meu ônibus acaba de passar”, informou, mostrando não saber do tempo de 1h30 para realizar a integração zonal utilizando o cartão.

 

Confira relatos de passageiros no vídeo abaixo e acompanhe
a segunda parte da viagem da zona Sul à zona Leste>>>

 

 

 

Veja aqui todas as matérias do especial

 

Carlos Lustosa Filho
[email protected]

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