O maquiador e cabeleireiro de 21 anos procurou a Delegacia de Direitos Humanos, no Centro de Teresina, e registrou boletim de ocorrência contra os pais. Ele acusa a mãe e o pai de crime de homofobia. 

Seu relato é comovente. A vítima – que pediu para não ser identificado - diz que é discriminado, que a mãe não respeita a sua orientação sexual e que chegou a jogar água quente em suas costas.

Para mostrar as agressões que sofre dia a dia, o maquiador gravou um vídeo em que é possível ouvir a voz de uma mulher – que ele diz que é a sua mãe – lhe xingando com palavras de baixo calão e chega até a ameaçar de morte. 

“...Deus vai me dar o conforto da minha vida. Ele vai...No dia que tu entrar aqui dentro eu te mato”, diz a voz.

A vítima diz que sofre preconceito desde os 14 anos e se sente constrangido.

“Eles não aceitam a minha orientação sexual e eu me imponho. Me sinto constrangido e com vergonha. Ela (se referindo a sua mãe) não tem limites. Desde que ela jogou água quente nas minhas costas e disse que era para o rosto, eu tenho medo”, disse. 

O maquiador disse que ouve constantemente desabafo da mãe que lhe deixa muito triste. “Ela diz: ‘eu vou morrer ti odiando’, ‘preferia que estivesse morto’”.

Ao fazer a denúncia ao delegado, a vítima fez o seguinte relato:

“Minha Família vive me discriminando, desde 14 anos de idade. Sempre fui dedicado com meus estudo, hoje tenho meu trabalho que tô pelejando pra crescer mais enfim o povo da família que eu vivo só quer vê minha derrota, ficam provocando e me irando com suas discriminações, já sofri queimaduras de 3 Grau com água quente minha mãe jogou em mim, já sofri vários tipos de agressões que ainda hoje ficaram marcadas na minha pele, mais ele sempre procuram me destruir não aguento mais queria tomar providências. Eu lhe peço humildemente sua orientação pois às vezes já passou até na minha cabeça  de desistir de viver.O maior problema da minha vida é a família que infelizmente tenho...”

O delegado Emir Maia, da Delegacia de Direitos Humanos e combate as Condutas Discriminatórias, que preside o inquérito, informou ao Cidadeverde.com que irá intimar os pais.

“Os pais poderão responder por crime de injúria qualificada, que é aquela injúria com lesões corporais e lesões físicas”, disse o delegado.

Em janeiro deste ano, a delegacia recebeu a denúncia de um caso de cárcere privado de uma garota de 19 anos que se declarou homossexual. Segundo a denúncia, ela teria ficado 27 dias presa na residência onde  morava, no bairro Matinha, zona norte de Teresina. Os pais foram indiciados. 

Veja matéria:

Jovem é mantida em cárcere privado após se declarar homossexual

 

 

Flash Yala Sena
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