Cidadeverde.com

Exposição Frida Kahlo atrai milhares de pessoas no Brasil

Imprimir

A mexicana Frida Kahlo (1907-1954) é um ícone pop: estampa camisetas, bolsas e capinhas de celular. E é também considerada uma das artistas mais importantes do século 20. Por esse motivo, desde que chegou a São Paulo, no último dia 27, a exposição "Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México” já atraiu uma multidão para o Instituto Tomie Ohtake, na Zona Oeste da cidade: desde a abertura das bilheterias já foram comercializados quase 12 mil ingressos. No último fim de semana, o tempo de espera na fila chegava a três horas — por isso os organizadores recomendam visitar a mostra durante a semana. Às terças-feiras, ela é grátis.

A exposição, com curadoria da historiadora mexicana Teresa Arcq, surgiu da admiração de pintoras surrealistas por Frida e também da influência artística da mexicana sobre elas.

A mostra, criada especialmente para o Brasil, reúne cerca de 100 obras icônicas – a maioria pela primeira vez no país - de Frida e de artistas como Maria Izquierdo, Remedios Varo e Leonora Carrington. Todas são mulheres nascidas ou radicadas no México, que se destacaram na cena cultural do século 20. O material foi obtido junto a colecionadores particulares e instituições dos Estados Unidos e México.

— Desde o início da minha carreira tive um grande interesse na obra de mulheres, em especial as que estiveram de alguma maneira vinculadas ao surrealismo e Frida é um ícone nesse sentido – conta Teresa.

O público pode conferir 20 pinturas das 143 telas pintadas por Frida, além de desenhos, colagens e litografias. São seis autorretratos: a artista tinha o hábito de retratar a si mesma em cores vibrantes, além de criar situações surrealistas em suas telas.

Os visitantes também tem à disposição uma seção inteiramente voltada para a relação da artista com a moda. O restaurador Renato Camarillo, responsável pela conservação das roupas de Frida na Casa Azul (museu dedicado à artista em sua cidade natal, Coyoacán, no México), vestiu seis manequins com looks inspirados nas preferências dela, com peças datadas das décadas de 1920 e 1930.

Durante sua breve vida (Frida morreu aos 47 anos) o amor pelo marido, o também renomado artista Diego Rivera, e a dor (ela teve poliomielite na infância, sofreu um acidente de carro na adolescência que a deixou com sequelas na espinha dorsal, além de ter sofrido três abortos na fase adulta) estiveram representados através de sua arte. Na exposição, estão presentes o quadro “Diego en mi pensamiento“, de 1943, em que Frida se autorretrata com o marido na testa, numa declaração de que nunca o esqueceria, e a litografia “Frida y el aborto”, de 1932.

— Separar a vida e obra de Frida é impossível, porque o seu trabalho é autorreferencial — atesta a curadora.

Ícone das artes, Frida tornou-se também um símbolo do feminismo.Segundo Teresa, as mulheres tinham um espaço muito limitado no México do século 20, mas Frida sempre mostrou ser à frente de seu tempo. Na exposição, há uma seção inteiramente dedicada às mecenas que financiavam as obras de artistas mulheres.

- Sem dúvida Frida era uma feminista, era uma mulher muito livre e independente como foram, em diferentes medidas, o restante das artistas que também participam dessa mostra.

Fonte: O Globo

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais