O jovem Ronaldo Mota, filho do policial militar investigado e inocentado pelo crime de incitação à violência em Castelo do Piauí, foi eliminado no último domingo (25) do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por suposta tentativa de fraude. Inconformado, o candidato de 20 anos manifestou sua insatisfação com o fato e afirmou que ele e sua família estão sendo vítimas de perseguição.
A Coordenação do Enem em Castelo do Piauí, a 190 quilômetros de Teresina, informou que um candidato foi eliminado na cidade, mas não confirmou sua identidade. Em contato com o CidadeVerde.com, porém, o próprio Ronaldo admitiu que foi flagrado com um telefone celular na hora da prova. O jovem, no entanto, se defende.
"Não fiz nada de errado. Estava descarregado (o celular). E foi comprovado pela diretora e pela coordenadora, que viram o celular. O problema é que eu não tirei a bateria. Aí ele apitou. Só isso", comentou o jovem, que achou injusta a eliminação e negou que tenha tentado fraudar o exame. "Claro que não (tentativa de fraude). Uma eliminação normal. Achei injusta. Pela minha falta de experiência, eu deveria ter sido orientado", argumentou. "Sou adventista, sabatista e 'Guardador do Sabádo'. Só tinha três alunos na sala. Não agi de má fé", completou.
Apesar da insatisfação com o tratamento recebido, Ronaldo descartou processar a Coordenação do Enem no município. "Vou me resguardar o direito de respeitar a cidade de Castelo do Piauí, pois tem sido alvo de pessoas maldosas, que querem denegrir a imagem".
Segundo Ronaldo, ele e sua família estão sendo vítimas de perseguição. "Na cidade de Castelo do Piauí, existe um blogueiro e radialista que vive a nos perseguir com mentiras e noticias infundadas". O jovem de 20 anos fez até um post em seu perfil no Facebook, mas não citou o nome do seu perseguidor.
Histórico de polêmicas
Antes da eliminação de Ronaldo no Enem, a família já havia dominado as manchetes dos principais sites e jornais do Piauí. Na sexta-feira (23), o Comando Geral da Polícia Militar informou que o inquérito da Corregedoria da PM inocentou o soldado Antônio Elias Mota Júnior do crime de incitação de violência em Castelo. Pai de Ronaldo, Elias Júnior foi afastado de suas funções após denúncia de que teria contratado quatros menores para praticarem terror na cidade e realizarem o estupro coletivo em Castelo ocorrido em maio.
Flávio Meireles
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