As mensagens fazem referência a contatos com assessores do presidente Lula, deputados, vereadores, sindicalistas e acadêmicos. Em análise preliminar do documento, classificado como secreto, a Abin determina que não há ligação direta entre integrantes do governo e membros das Farc. Mas a investigação será ampliada.
Mais de 60 brasileiros teriam sido citados em 85 e-mails supostamente apreendidos em laptops de Raúl Reyes --número dois das Farc, morto em um ataque militar colombiano no Equador em março deste ano.
Entre os citados estariam o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e o assessor presidencial Selvino Heck, além do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu.
Os computadores de Raúl Reyes foram submetidos a uma auditoria da Interpol, que atestou sua inviolabilidade. Mesmo assim, o diretor da Abin, Paulo Lacerda, determinou que seja verificado o grau de veracidade das informações contidas nos e-mails. A verificação foi orientada pela Presidência.