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Mulheres têm chance de vencer em 7 capitais

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Nunca se viu as mulheres tão em alta quanto nas eleições municipais deste ano. A cena política brasileira ainda é de domínio majoritariamente masculino, mas as mulheres ocupam espaço cada vez maior. A julgar pelas mais recentes pesquisas de opinião sobre as eleições municipais de outubro, elas estão bem colocadas em sete importantes capitais do País: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Natal e Belém. Embora já não representem uma novidade na política, a maioria dos analistas concorda que, no imaginário do eleitor, as mulheres personificam a coragem, a integridade e a transparência, aliadas à capacidade de comando. Características consideradas fundamentais para o bom administrador. Por isso, não surpreende que conquistem, na largada da campanha, a preferência de parte significativa do eleitorado tanto feminino quanto masculino. É o caso de Marta Suplicy (PT), em São Paulo, Jô Moraes (PCdoB), em Belo Horizonte, e Micarla de Sousa (PV), em Natal. As três lideram a corrida eleitoral em suas respectivas capitais. "A população está cansada de políticos tecnocratas que agem com base em levantamentos", afirma a deputada estadual Micarla, que montou uma coligação de seis partidos (PV, DEM, PR, PTB, PP e PMN) e detém hoje, segundo as pesquisas, 48,7% das intenções de voto. "O povo quer alguém que conheça os problemas, mas que também possua sensibilidade para resolvê-los e isso as mulheres têm de sobra", diz ela.
 
Jô Moraes (Belo Horizonte), Marta Suplicy (São Paulo) e
Micarla de Sousa (Natal) lideram as disputas em nas capitais de seus estados

Empresária do ramo da comunicação e filha de um dos políticos mais populares da história do Rio Grande do Norte, o ex-senador já falecido Carlos Alberto, Micarla é dona de uma carreira política meteórica. Estreou com o pé direito nas eleições municipais de 2004. Conseguiu ser eleita vice-prefeita na chapa do socialista Carlos Eduardo Alves (PSB). Em 2006, deu uma demonstração de ousadia política ao renunciar ao cargo para eleger- se deputada estadual. Nos últimos anos, dedicou- se a conhecer os problemas da cidade e a estudar soluções. Recentemente, visitou Bogotá, na Colômbia, para entender como a capital daquele país conseguiu reverter os índices de violência, considerados há seis anos um dos mais altos do mundo. Resultado: ganhou pontos entre os eleitores apavorados com o aumento da criminalidade em Natal. "Temos que nos ater aos detalhes", ensina Micarla, que, ao contrário de Marta e Jô Moraes, tem como principal adversário uma mulher, a deputada federal Fátima Bezerra (PT), em segundo lugar nas pesquisas, com 17,14%.

Feminista de longa data, Marta Suplicy sai na frente na disputa pelo cargo que ocupou entre 2001 e 2004. A exprefeita de São Paulo, de acordo com o último Datafolha, lidera a disputa com 36% das intenções de voto contra 32% de Geraldo Alckmin (PSDB) e 11% do atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM). Se ganhar, pode sonhar com vôos ainda mais altos na política, como a Presidência da República em 2010, embora diga que pretende pleitear um novo mandato na prefeitura, caso seja eleita. Se quiser vencer, porém, a ex-ministra do Turismo precisará superar a maior rejeição entre os candidatos, cerca de 30%. Parte da rejeição, segundo analistas, é fruto de uma decisão tomada por Marta em 2001: seu divórcio, depois de 36 anos de casamento, do senador petista Eduardo Suplicy, político de reputação ilibada, admirado até por não-petistas. "A mulher, se for doce, chamam de incompetente. Se é firme, dizem que é arrogante. Mas você não pode exercer o poder se não for firme. É uma imagem que nós mulheres vamos ter de mudar", reconheceu a candidata em recente entrevista. Para o prefeito Gilberto Kassab, porém, o "fator mulher" não influi decisivamente numa eleição. "Não faz diferença disputar uma eleição contra uma mulher. Eleitor olha para as propostas e para o que a pessoa faz", avalia o candidato do DEM.

Fonte: Isto é

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