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Teresina tem 80 homicídios sem autoria definida em investigação, denuncia promotor

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Cerca de 80 processos de homicídios sem autoria definida foram contabilizados pelo promotor de Justiça João Mendes Benigno Filho, titular da 13ª Promotoria Criminal de Teresina. Em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (15), o promotor informou que os casos aconteceram entre 2011 e 2015 e que falta efetivo e estrutura para solução dos crimes.

"O problema é sério, nós temos muitos inquéritos, de 2011 para cá, e hoje, o Ministério Público encaminhou à Justiça dois inquéritos pedindo arquivamento porque o delegado disse no relatório que não teve condições de apontar o autor do delito e ficou por isso. A família dessa vítima vai nos procurar e eu vou ficar sem dar uma resposta", lamentou o promotor Benigno Filho.

De acordo com o titular da 13ª Promotoria Criminal de Teresina, a falha na investigação é reflexo de problemas estruturais na Polícia Civil do Estado. "Acho que está faltando mais agentes dentro dos distritos policiais e uma estrutura para trabalho. A Delegacia de Homicídios, por exemplo, não tem condições de funcionar com quatro equipes no atual prédio. Os delegados são dedicados, mas a falta de pessoal e estrutura não dá condições para solucionar tantos casos", explicou Benigno Filho.

Além dos casos em que não se encontra autoria do crime, o promotor informou que existem muitos em que a vítima também não é identificada. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), cerca de 20 corpos e 30 ossadas sem identificação estão sendo armazenados. Um dos corpos mais antigos é do ano de 2014, já a ossada com mais tempo à espera de identificação foi encontrada há cerca de oito anos.

Investigações continuam
De acordo com o delegado geral da Polícia Civil do Estado do Piauí, Riedel Batista, os inquéritos contabilizados pelo promotor Benigno Filho ainda estão sob investigação. "São inquéritos que estão em andamento, sob investigação, mas a Delegacia de Homicídios enviou mais de 300 inquéritos concluídos com autoria definida, que estão aguardando o julgamento", afirmou.

Riedel Batista afirmou ainda que a Delegacia de Homicídios ganhará uma nova sede neste ano, além de mais agentes e escrivães, aumentando as equipes de investigação. "Podemos afirmar que os delegados e os agentes da Polícia Civil produzem muito e com qualidade. A carência de pessoal atrapalha, mas temos perspectivas boas", finalizou Riedel Batista.

Lucas Marreiros (Especial para o Cidadeverde.com)
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