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Famílias da rua que afundou estão em imóveis alugados

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As famílias da rua Francisco Mendes, bairro Cabral, zona Norte de Teresina que tiveram suas casas destruídas e ameaçadas de desabamento ocasionado pelos abalos sísmicos já começaram a fazer suas mudanças para apartamentos alugados pela prefeitura.

 
Na tarde deste sábado caminhões transportavam móveis, eletrodomésticos e demais pertences de pessoas que tiveram suas vidas transtornadas desde a madrugada da última quinta-feira (31).
 
?É inacreditável o que estamos vivendo. Só mesmo quem passa é que saber, até porque quando vamos mudar de casa, planejamos antecipadamente e nesse caso não tivemos como fazer isso. Fomos pego de surpresa?, lamentou a dona de casa Ana Claudia Freitas.

A rua Francisco Mendes afundou e 14 casas estão com suas estruturas comprometidas. Para Demóstenes Pinto, engenheiro de minas existem várias causas para o acidente, mas a principal seria uma falha geológica com a existência de uma caverna abaixo da rua.
 
"Entre os rios Poti e Parnaíba existem formações com muito calcário que terminam gerando cavernas subterrâneas e a ação natural e também do homem acabam rompendo o teto dessas cavernas e causando o afundamento de ruas, como o que aconteceu", explicou Demóstenes Pinto.

O prefeito Sílvio Mendes anunciou que uma empresa de Minas Gerais virá ao Piauí na próxima semana para fazer um estudo geofísico do subsolo na rua. De acordo com o prefeito, a decisão foi tomada após reunião da Prefeitura com a CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - e CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Piauí.

A empresa será trazida pelo CREA e fará o serviço gratuitamente com um aparelho chamado GPR, por ela comercializado. O GPR faz uma espécie de radiografia do subsolo sem necessidade de perfuração do mesmo. "É como se fosse a radiografia do solo para saber a extensão da falha e quais as soluções que podemos adotar", declarou o prefeito, que espera também averiguar se será possível o retorno das famílias as suas casas após o desabamento. 

O GPR vai identificar qual a dimensão dos danos provocados na região, conhecida por conter várias cavernas subterrâneas e outras falhas geológicas. Com esse trabalho, técnicos terão mais munição para descobrir o que pode ter feito com que a rua afundasse e quais medidas devem ser tomadas.

Técnicos da Agência Nacional de Petróleo (ANP) também virão a Teresina para estudar as cavernas encontradas no subsolo da cidade, principalmente na região entre os rios e nas duas ruas que sofreram diretamente os abalos: a Simplício Mendes em 1999 e a rua Francisco Mendes.


Conceição Santos
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