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Ex-ministro diz que Brasil precisa dotar pequenos produtores de tecnologia

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O ex-ministro da agricultura e produtor rural, Alysson Paolinelli, esteve em Teresina nesta quinta-feira (28) para ministrar a palestra “A Importância da Extensão Rural no Empreendedorismo do Campo”. O evento foi realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí. Antes, durante entrevista ao Jornal do Piauí, ele defendeu investimentos na área de tecnologia para pequenos e médios produtores.

"Gerar tecnologia nós somos capazes, agora transferir ao pequeno e médio produtor, a hora é essa. No Brasil ainda temos muitos agricultores de subsistência , principalmente no Nordeste. Precisamos dar a ele mais oportunidade", afirmou, reconhecendo o trabalho dos jovens, especialmente na área de ciências agrárias.

Alysson Paolinelli lembrou que, em tempo recorde, o país desenvolveu a chamada "agricultura tropical". "O Brasil conseguiu através de um grande esforço, especialmente da Embrapa, das instituições estaduais de pesquisa, e a iniciativa privada, em um tempo desenvolver o que nós chamamos de "agricultura tropical", que o mundo precisava", declarou.

"O mundo desenvolveu durante 4 mil anos a atividade produtiva só nas regiões temperadas e as regiões tropicais ficaram renegadas a um segundo plano, quase só a produzir produtos tropicais como café, cacau, borracha. Foi por aí que o Brasil começou a se inserir no mercado internacional, ter recursos para o seu desenvolvimento, ter a partir de Getúlio Vargas aquele atendimento a um programa de industrialização que veio crescente até Juscelino Kubitschek", acrescenta.

Segundo ele, mesmo com agricultura tropical, o Brasil ainda não conseguia ser autossuficiente. "O fato importante disso é que, ao desenvolver essa agricultura tropical, o agricultor brasileiro, ainda num sistema mais produtivo de  subsistência, ele não conseguia fazer o auto abastecimento no Brasil. A década de 60 e 70 demonstrou muito bem isso. O Brasil chegou a importar praticamente um terço dos alimentos que consumia. Importávamos quase todo o trigo. O leite era de 50%. A carne era 30%", finalizou.

Hérlon Moraes
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