Cidadeverde.com

Garota intoxicada em suposto ritual de magia negra morre e corpo é submetido a autópsia

Imprimir

Atualizada às 14h05

A direção do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) confirmou que o corpo da menina de 10 anos, que morreu intoxicada em possível ritual de magia negra, será submetido à autópsia. A garota Francisca Alice Silva Barreto morreu nesta quinta-feira (28) por insuficiência múltipla dos órgãos após passar 15 dias internada no hospital. 

Ela deu entrada no Hospital de Urgência de Teresina em coma profundo, com a cabeça raspada e lesões pelo corpo, à maioria com cicatrizes em forma de cruz. Ela teria participado de um ritual de magia negra em um terreiro no povoado Flor do Campo, na zona rural de Timon, no Maranhão. 

O pai e duas tias da criança estiveram no hospital para fazer a liberação do corpo. Até às 12h, a mãe não chegou ao HUT. 

“Ela chegou com insuficiência renal, hoje pela manhã teve inicio a falência múltipla dos órgãos. O grande problema é que recebemos a criança em coma profundo e um quadro grave de intoxicação. Venenos são feitos para matar. Sabíamos que estávamos lidando com uma situação complicada e fizemos todo o possível, mas infelizmente não foi suficiente”, declarou o diretor.

O corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), nas próximas horas, onde passará por autópsia para apontar as causas da morte. A família vai realizar Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes porque a causa da morte ainda é desconhecida. 

A conselheira tutelar Socorro Arraes lamentou a demora no resultado dos exames tanto toxicológicos quanto para confirmar um possível abuso sexual sofrido pela garota. A suspeita de abuso sexual surgiu depois que foram detectadas pequenas lesões na parte interna da boca da menina, que podem indicar infecção por HPV (Papiloma Vírus Humano), uma doença sexualmente transmissível. 

“Desde o dia 19 nós aguardamos o resultado do líquido ingerido por essa menina. É um absurdo que até agora a gente não saiba do que se trata. Quantas crianças mais terão que morrer dessa forma para que a gente tenha conhecimento? Um outro exame que precisa de celeridade”, declarou.

Ela comentou ainda que a origem do líquido ainda precisa ser cuidadosamente investigada. "No início disseram que o líquido havia sido dado no ritual, depois que a própria mãe havia comprado em outra cidade e por fim que uma vizinha tinha oferecido para a menina beber. Está bem desencontrado, temos que saber o que realmente aconteceu", enfatizou. 

 

Matéria original

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) confirmou agora há pouco a morte da garota de 10 anos que foi internada com intoxicação supostamente após passar por ritual de magia negra.

A menina Francisca Alice estava internada no HUT desde o dia 14 deste mês, em coma, após ficar uma semana em terreiro no interior do Timon. Ela deu entrada no hospital com a cabeça raspada e com sinal da cruz nos braços, o que pode caracterizar tortura. 

Francisca Alice morreu às 9h30 por falência dos órgãos que culminou com parada cardíaca.

A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu inquérito e investiga as causas do envenenamento. Com a morte da menina, a polícia apura os responsáveis pelo homicídio.

Além do crime de intoxicação, ontem, a direção do HUT solicitou nova perícia para investigar a suspeita de abuso sexual contra a menina. Segundo o diretor do hospital, Gilberto Albuquerque, a garota apresentou papilomas (verrugas) nas cordas vocais, que podem ser transmitidas sexualmente através do vírus HPV. 

O corpo da menina será levado para Serviço de Verificação de óbito do Hospital Getúlio Vargas (HGV). De lá, o médico de plantão irá analisar se é necessário encaminhar para o IML para novos exames. 

A mãe apresentou para a Polícia um vidro com um líquido amarelo que foi dado para a menina. A garrafada foi encaminhada para laboratório realizar exames. Em depoimento na Delegacia, a mãe da menina admitiu que ela passou por uma cerimônia de purificação e teria pago R$ 500,00. O laboratório ainda não divulgou laudo. 

 

 

Flash Yala Sena e Maria Romero
Redação Caroline Oliveira
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais