Em seu primeiro discurso como presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, o desembargador Erivan Lopes disse que o País se encontra no mais “absoluto estado de confusão mental”. Segundo ele, “vivemos uma verdadeira Babel”. O novo presidente anunciou unificação de comarcas numa espécie de reordenamento das unidades judiciárias. Ele criticou o que definiu de politização da justiça e que as redes sociais não podem ser usadas como extensão dos autos dos processos. A solenidade foi bastante prestigiada. 

Veja os principais trechos de seu discurso: 

 “As instituições a quem o homem historicamente confiou a estabilidade de sua vida em sociedade, hoje, no Brasil, estão no mais absoluto estado de confusão mental. Eles não se entendem, perderam a noção dos limites de sua própria competência e da amplitude de suas responsabilidades. Vivemos uma verdadeira Babel”.

“Temos um governo que não governa, um parlamento que não legisla e uma Suprema Corte que governa e legisla mais”.

“No Brasil, quando o Legislativo e o Executivo insistem em fechar os olhos para a imoralidade do nepotismo, eis que o judiciário tomou para si o dever de dizer...”

“As redes sociais são espaços legítimos para exercício da democracia. Nelas se tem as condições ideais para o exercício do direito fundamental à livre manifestação do pensamento, mas não devem ser usadas como extensão dos autos do processo judicial para juízes anteciparem suas decisões”...

"Juizes não podem confundir judicialização da política com a politização da justiça"

Erivan Lopes também comentou sobre o TJ do Piauí está no ranking dos piores do País em produtividade. Ele disse que ações serão tomadas para que o Piauí melhore seus desempenhos nas estatísticas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça”. 

 

Atualizada às 21h

Coletiva do presidente antes da posse

Unificação das comarcas e gestão profissionalizante

O novo presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, desembargador Erivan Lopes, anunciou na noite desta quarta-feira, 1°, que irá unificar comarcas e prometeu uma gestão profissionalizante na sua administração. As medidas foram anunciadas em entrevista coletiva antes da sua posse no auditório da entidade.

Erivan substitui o desembargador Raimundo Eufrásio no TJ e, segundo ele, foi feito um diagnóstico no qual foi constatado que entre 32 a 36 comarcas no Piauí estão com baixa circulação de processos. Ele afirma que existem unidades judiciárias que, em média, distribuiu 91 processos nos últimos três anos. “Há um gasto mensal da unidade em torno de R$ 1 milhão e isso eleva o valor do processo para R$ 10mil, onde a média nacional é de apenas R$ 1700”, explica.

Para amenizar o problema, a ideia do novo presidente é integrar comarcas com baixa produção com outras comarcas. “Fizemos um estudo preliminar e há um equívoco na distribuição da unidade judiciária, onde há juízes sobrecarregados de processos e unidades judiciárias que não justificam manter um juiz”, relata.

Além disso, o novo presidente do TJ afirmou que vai iniciar com a equipe da casa com foco em gestão continuada administrativamente. “Queremos imprimir uma gestão profissionalizante com o objetivo que permita que entre presidente saia presidente e a administração do TJ não sofra interrupções”, frisa.

Concurso
Uma das discussões comuns no tribunal, ele afirmou que foi pedido vista do processo do concurso pelo desembargador Paes Landim e assim que for concluído no pleno, os candidatos serão nomeados.

 

Yala Sena (Flash)
Diego Iglesias (da Redação)
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