O delegado Menandro Pedro, titular da Delegacia Especializada de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre), desaprova a decisão do Supremo Tribunal Federal que considera que o réu primário que trafica drogas não comete crime hediondo. Com a determinação do STF, esse tipo de traficante poderá cumprir pena em regime semiaberto, além de ter redução no tempo de prisão.

Para o delegado responsável pelas maiores operações de combate e prevenção da venda de droga no Piauí, a decisão do Supremo é errada e só vai beneficiar os chefes do tráfico do país. “A maioria dos grandes traficantes nunca foram presos, são réus primários. Ou seja, só cairão os pequenos. Com isso o STF vai prejudicar o trabalho das polícias e da própria justiça”, acredita Menandro Pedro. 

O delegado titular da Depre culpa,ainda, o Congresso brasileiro pelas decisões do Supremo. Para Menandro, o Legislativo não está criando leis de forma correta e por isso o STF acabando legislando o que não devia. 

“São decisões erradas. Para determinar esse tipo de coisa, por exemplo, o povo tinha que ser convocado para votar em plebiscito. Eu duvido se alguém ia concordo que o tráfico de drogas praticado por um réu primário não é crime hediondo”, lamenta Menandro Pedro.

Sobre a decisão
A decisão do STF foi proferida semana passada e trata sobre dois homens de Mato Grosso Sul, que foram condenados por tráfico de drogas. Eles eram réus primários, não participavam de organização criminosa e nem tinham antecedentes criminais. 

A decisão do Supremo deve impactar diretamente na população carcerária do país. De acordo com dados recentes do Ministério da Justiça, o Brasil tem 622,202 pessoas presas no sistema carcerário,  destas 174.216 (28%) foram condenadas por crimes relacionados  às drogas.

 

Izabella Pimentel (Especial para o Cidadeverde.com)
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