Mal se confirmaram os dois shows da Madonna no Brasil e uma polêmica já cerca a venda de ingressos. Órgãos de defesa do consumidor e o Ministério Público dizem ver "abuso" e "cobrança indevida" na taxa fixa de 20% pela internet ou por telefone --que os produtores chamam de "conveniência"-- e restrição à compra on-line pelos cartões de crédito do Bradesco e da American Express.
Além dessa taxa de "conveniência" (os organizadores não deixam claro em relação a quê), há uma outra taxa de entrega dos ingressos, feita por correio, motoboys ou retirada em lojas credenciadas.
O ingresso mais caro, para "platéia VIP", à beira do palco, de R$ 600 passa para R$ 720, se comprado on-line ou por telefone, sem taxa de entrega.
"Pelo Código de Defesa não se pode restringir o direito do consumidor. Ele tem de ter direito de opção. Isso é prática abusiva. Não se pode cercear o consumidor dessa forma", diz a promotora Adriana Borghi, coordenadora da área do consumidor do Ministério Público.
Taxa de 'conveniência' por compra
aumenta em até R$ 120 valor da
entrada para show
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Diretor de fiscalização do Procon, Paulo Arthur Góes diz que a Time 4 Fun, produtora do show, vai ser processada, autuada e multada por suposta prática abusiva.
"Cobrar percentual de taxa de conveniência é abusivo. Não importa se vou de pista ou camarote, a conveniência é a mesma, que é acessar pela internet", diz Góes.
Ingressos caros
Além das reclamações sobre taxas de "conveniência" e de entrega, fãs se queixam dos preços dos ingressos, que estão entre os mais caros da turnê.
Em Cardiff, onde Madonna faz o primeiro show, a área à beira do palco custa 85 libras (cerca de R$ 256), o mesmo preço de Londres. Em Paris, ingresso similar sai por 83,70 (R$ 200). No Brasil, são R$ 600, sem contar a taxa de conveniência on-line, que faz o preço subir para R$ 720.
E é na internet que os ingressos são vendidos mais rapidamente no exterior. Em Montréal e Toronto, esgotaram-se em nove minutos.
Curiosamente, no Brasil os ingressos pela internet começam a ser vendidos 12 horas antes das bilheterias e nove horas antes das televendas, à meia-noite do dia 1º, para o show do Rio, e do dia 3, para São Paulo.