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Após meses ocupada, Prefeitura tira terminal de praça no Parque Piauí

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Após intensas negociações, a Prefeitura de Teresina irá transferir o local de construção do terminal de integração dos ônibus no bairro Parque Piauí, localizado na Zona Sul. Alvo de vários protesto, inclusive da criação do movimento #OcupaPraça, o terminal, inicialmente, seria construído em uma das principais praças do bairro e, por isso, diversas árvores seriam cortadas.  

A praça em questão foi ocupada desde o início das obras, em outubro de 2015, por estudantes, ativistas e populares. A ocupação já dura nove meses. 

A Prefeitura de Teresina informou ao Cidadeverde.com, nesta quinta-feira (14), que a mudança atende um clamor popular e, além disso, uma nova negociação com o proprietário de um terreno privado próximo à praça, na avenida Henry Wall de Carvalho, fez com que a alteração do projeto fosse possível. 

O valor total da compra do novo terreno e o parcelamento está em discussão. O projeto deverá ser readequado para atender a nova demanda. Com relação ao corte das árvores, a Prefeitura informou que apenas 97 seriam derrubadas. 

Ao todo, a Prefeitura irá construir oito terminais da integração; dois deles, localizados na zona Sudeste, já foram entregues. 

#OcupaPraça

Um ato para comemorar a transferência do terminal será realizado no próximo sábado (16). A produtora cultural, Elizabeth Campos, do coletivo Apoema, comemorou a transferência e destacou a presença do cantor Gustativo Amaral no evento. 

“A ideia do terminal na praça foi retirada. A praça vai ficar e o terminal será transferido. A gente conseguiu, enfim, mudar o local”, disse a produtora, que na última semana, participou e organizou o evento Arvorecer no qual, o movimento #OcupaPraça, recebeu a sinalização da alteração do projeto inicial. 

Em nota, a Rede Ambiental do Piauí (Reapi), que participou ativamente na defesa das árvores, destacou que a ação coletiva foi fundamental nessa conquista. Veja a Nota:

“Amigos, estamos felizes com a notícia dando conta que a prefeitura de Teresina decidiu não destruir mais a praça das Ações Comunitárias, com suas mais de 170 árvores no, no Parque Piauí, para construção de um terminal de ônibus. Isso mostra que os coletivos podem e devem ter controle sobre os determinantes da vida em sociedade”. 

Já o estudante Caio Phillip Rissope alerta que o atual modelo de progresso deve ser repesando por todos. Além disso, ele destacou que a praça precisa ser revitalizada. Ele lembra ainda que a derrubada da Árvore Angico Branco, na Zona Leste, mobilizou diversas pessoas em poucas horas enquanto o movimento em defesa de dezenas de árvores lutou por meses para, enfim, evitar a ação. 

“Eu estive desde o começo. Foi interessante conseguir isso, e preservar todas as arvores, mas eu fico com a reflexão se a gente conseguiu mesmo preservar todas. Os terminais já estão em desuso em outros grandes centros, eles usam apenas o cartão. Na crise econômica que vivemos, a construção de terminais amplia a poluição. Os moradores saíram do conforto das suas casas para lutar por algo que é obvio já que o direito da cidade é nossa. Temos que repensar esse modelo de professo, que está muito alienado. Eu ainda não estou contando vitória e a praça precisa ser revitalizada. Na zona leste, elas são bem cuidadas e, aqui na zona sul, não. Isso é um corte de classe”. 


Carlienne Carpaso
[email protected] 

 

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