Cidadeverde.com

Funcionários do HU da Ufpi deflagram greve por tempo indeterminado

Imprimir

Médicos, enfermeiros e funcionários de todas as áreas do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí iniciaram nesta terça-feira (20) uma greve que vai durar tempo indeterminado. No momento, os serviços ambulatoriais estão completamente paralisados, mas o Tribunal Superior do Trabalho já determinou a volta de 75% dos servidores ao trabalho. As categorias pedem reajuste salarial e denunciam péssimas condições de trabalho. 

Luciani Vieira, analista de tecnologia da informação e representante dos servidores, informou que a categoria vai seguir a determinação da justiça e retornar o serviço a 75% dos servidores assim que a Confederação Nacional for notificada. 

"As consultas estavam completamente suspensas, UTI estava a 70% e estávamos mantendo 30% em todos os demais serviços. Nós já temos conhecimento dessa determinação, mas oficialmente a Confederação nao foi comunicada. Mas nós vamos cumprir a determinação da Justiça, vamos agir na legalidade e voltar aos 75%", declarou Luciani.

Ele explicou que a categoria realiza negociação com a Ebserh - empresa responsável pela gestão das unidades hoispitalares universitárias em todo o Brasi - desde dezembro. As reclamações incluem vários pontos e ele destacou que a Polícia Federal já investiga algumas denúncias. 

"Estamos reivindicando uma nova mesa de negociação com a empresa que se nega a dar o reajuste inflacionário. A negociação se arrasta desde dezembro e em vez de ganhar, temos perdas. A empresa vem tirando direitos, não temos reajuste. E temos várias demandas locais, como denúncias de assédio moral gravíssimas. A Polícia Federal já está investigando e colheu depoimentos de funcionários", relatou.

Ele comentou ainda sobre as condições de trabalho e a falta de estrutura do hospital. 

"Temos informações de trabalhadores sem luva de atendimento. A comissão do comando de greve soube de um empregado que uma cirurgia cardíaca quase foi cancelada porque não tinha aparelho de barbear para realizar uma tricotomia [raspagem dos pelos] e o próprio funcionário foi comprar na farmácia para que fosse feita. Não há agulhas, os medicamentos são administrados com agulhas de insulina. E isso é fato, temos provas", enfatizou Luciani.

Ainda sem prazo para negociação e fim da greve, a administração do hospital orienta os pacientes a buscar os hospitais de bairro para remarcação de consultas. A direção destacou que os pacientes já internados no hospital não serão de forma alguma afetados pela paralisação. A greve já atinge 18 dos 33 HUs do país. 

 

Maria Romero com informações do Jornal do Piauí
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais