"Na reunião, os ministros de Estado expressaram a sua indignação e preocupação diante da possibilidade de que o ministro Gilmar Mendes tenha sido objeto de uma gravação clandestina. Essa preocupação e indignação foram compartilhadas inteiramente pelo presidente Lula na reunião", afirmou Baumbach.
A partir das 15h30, Lula e seus principais ministros voltam a discutir a suspeita contra a Abin na reunião semanal de Coordenação Política. A partir desse encontro, estima Baumbach, o governo tornará públicas as providências que pretende tomar diante do episódio. Por hora foi aberta uma sindicância interna na própria agência de inteligência para apurar os responsáveis pelos grampos, mas novas reuniões devem acontecer ainda hoje para avaliar o caso. O STF reúne às 16h seu Conselho de Ministros para tomar oficialmente uma posição sobre o caso.
No fim de semana, o ministro da Justiça, Tarso Genro, informou que a Polícia Federal está à disposição para ajudar nas investigações sobre as escutas, enquanto o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, chegou a defender a responsabilização penal dos envolvidos no caso.
O grampo
De acordo com reportagem da revista Veja, a Abin teria gravado conversa telefônica do ministro Gilmar Mendes com o senador Demóstenes Torres. A reportagem traz a transcrição do diálogo e diz que teve acesso aos documentos por meio de um servidor da agência, que pediu anonimato.
O diálogo telefônico de pouco mais de dois minutos entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) teria ocorrido no fim da tarde do último dia 15 de julho. A revista diz que, mesmo sem ter relevância temática, o diálogo prova a ilegalidade da espionagem.