Cidadeverde.com

Família de adolescente brasileiro morto na Flórida decide doar órgãos

Imprimir

A família do adolescente brasileiro de 15 anos que morreu em um hospital da Flórida, nos Estados Unidos, após ser encontrado inconsciente em um parque na noite de sábado (15), decidiu doar os órgãos a pacientes que aguardavam por transplantes. A polícia local confirma a informação ao G1. A irmã do jovem publicou nas redes sociais na terça-feira (18) que ele "ajudou a salvar três vidas."

"(...) no meio de tudo isso recebemos a notícia de que meu irmão ajudou a salvar outras 3 vidas, quanto orgulho eu tenho desse guri", escreveu Laura Thomé Koch.

Roger Thomé Trindade morava com os pais na Flórida. A família é natural de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul. A investigação da polícia continua, e a causa da morte não foi confirmada oficialmente. Testemunhas relataram que ele foi atacado por um grupo de adolescentes.

Conforme a porta-voz da prefeitura, Carrie Proudfit, que falou ao site local Orlando Sentinel, exames toxicológicos ainda são aguardados pelos médicos para confirmar a real causa da morte. O resultado demora algumas semanas para sair.

Encontrado inconsciente e ferido no Central Park da cidade, Roger foi levado ao hospital, onde foi mantido com vida por aparelhos, que foram desligados na noite de segunda-feira (17). A morte foi confirmada oficialmente na terça (18) pela polícia local ao G1, por volta das 15h (horário brasileiro).

Dois dias antes, a irmã já havia publicado uma homenagem e uma despedida ao adolescente nas redes sociais. "Meu irmão não aguentou e foi morar com o papai do céu", escreveu.

Vaquinha arrecada dinheiro para traslado do corpo.

Colegas do pai do adolescente se organizaram para realizar uma vaquinha virtual e custear os valores do hospital e de transporte do corpo. Em menos de um dia, o objetivo foi alcançado, e até ultrapassado. Em aproximadamente 21 horas, 440 pessoas doaram US$ 23.551 (o pedido era de US$ 20 mil).
"O filho foi levado para o hospital na noite do sábado, dia 15 de outubro, quando foi detectada a morte cerebral do Roger. Desde então ele estava conectado a máquinas para os últimos exames, o que criou uma conta gigantesca no hospital. Além disso, a família deseja levar o corpo do Roger para ser sepultado no Brasil", explica o texto na página da vaquinha, escrito em inglês e que dispõe de uma tradução para o português.

Polícia norte-americana descarta 'crime de ódio'

Apesar de não estar clara a motivação da morte, o chefe do Departamento de Polícia de Winter Park, Michael Deal, descartou "racismo ou crime de ódio" no episódio. "Roger foi encontrado inconsciente, levado ao hospital, onde ficou internado. Infelizmente, ele morreu, mas nós não sabemos a causa da morte", afirmou Deal em entrevista coletiva na terça-feira (18). "Não tinha muitas lesões visíveis no corpo, o que complica ainda mais o caso para nós", acrescentou.

Mesmo ainda sem saber a motivação da agressão, a pollícia descarta a possibilidade de relação com briga de gangues.

"Nós já sabemos que não há gangues relacionadas e isso não foi motivado por racismo ou crime de ódio. Nós ainda estamos investigando. Nós sabemos que Roger era um bom garoto, estudava no Winter Park High School, tinha muitos amigos", escreve Deal. "Não há indicação de que isso foi planejado. Ele não era um alvo. Foi um fato isolado", ponderou.

Pastor encontrou família em hospital
Também na terça (18), o G1  conversou com o pastor brasileiro Nivaldo Nassif pela internet. Ele ficou sabendo que um jovem brasileiro havia sido levado para o hospital após supostamente ter sido espancado, e resolveu visitar a família. "O garoto teve morte cerebral. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu", relatou. O pastor conta que fez orações junto da família, que está muito abalada. "A família está, evidentemente, devastada. Tudo que fiz foi orar e chorar com aquela gente", disse.

Fonte: G1 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais