A chupeta é uma forma de acalmar e até de organizar a rotina de crianças no começo da vida, quando usam a boca para se alimentarem e para descobrirem o mundo ao seu redor.
De acordo com a odontologista Rosana Possobon, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), todos esses riscos decorrem da forma como a criança suga a chupeta. "A musculatura da boca é menos exigida com a chupeta. Além disso, o movimento da língua é diferente do usado ao retirar o leite do seio da mãe. Assim, funções como a fala e a deglutição têm maior risco de serem afetadas. Por causa da chupeta, alguns bebês chegam a ter dificuldade para sugar o leite materno", afirma.
A chupeta também pode entortar os dentinhos da criança. Uma forma de minimizar esse risco é usar apenas modelos ortodônticos, que têm o bico mais achatado e não forçam tanto a dentição.
A comodidade da chupeta, principalmente entre as mães de primeira viagem, também pode dificultar as coisas segundo o pediatra Gustavo Foronda, do Hospital Sírio-Libanês. "É comum as mães darem o seio ou colocarem o acessório na boca dos bebês a qualquer choro, sem procurarem saber o motivo. Vejo muitas mães despreparadas e ansiosas", alerta o pediatra, que vê benefícios na chupeta. "Ela substitui o hábito de chupar o dedo, que pode causar os mesmos problemas, só que de forma mais grave."
Foronda recomenda tirar a chupeta entre o primeiro e o segundo ano de vida, quando começa a surgir a dentição. "É uma época favorável, pois as alterações podem ser corrigidas com mais facilidade. Além disso, a criança já tem condições de dialogar com os pais e entender suas razões", explica o especialista.