A Azul Linhas Aéreas prevê antecipar o início das operações no Brasil. O presidente do Conselho de Administração da companhia, David Neeleman, disse nesta quarta-feira que o primeiro avião da companhia deverá decolar em caráter comercial até o final deste ano. A estimativa anterior apontava para o início de 2009.
"Sempre falamos em janeiro. Pode ser mais cedo, estamos trabalhando muito para conseguir isso. O processo está correndo bem e acreditamos que até dezembro já estaremos operando", afirmou.
A empresa realizou a cerimônia de batismo de seu primeiro avião, um Embraer 190, denominado de "O Rio de Janeiro continua azul".
A aeronave havia sido comprada pela Jet Blue, controladora da Azul, e deslocada para a companhia brasileira justamente para acelerar o processo de obtenção do Cheta (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo), que é a certificação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), responsável pelo reconhecimento de uma empresa aérea no país.
Segundo o vice-presidente operacional da companhia, Miguel Dau, o processo de obtenção do Cheta está em fase final, e a liberação deverá ser concedida em até 35 dias. A partir daí, a Azul vai apresentar as rotas que pretende operar à Anac, que vai analisar o plano e decidir se libera o início dos vôos da empresa.
Frota
Além da aeronave batizada hoje, será entregue mais uma unidade em outubro e outras três em dezembro, totalizando cinco aviões até o fim do ano. No final de 2009, estão previstas 16 unidades. Ao todo, a Azul encomendou 76 aviões modelos 190 e 195 junto à Embraer, que não terão assento no meio de outros dois e quem devem oferecer televisão com a programação ao vivo de diversos canais.
Neeleman destacou que a Azul conseguiu captar US$ 200 milhões para o investimento nas operações da companhia, US$ 50 milhões a mais do que o previsto.
Entre os investidores da Azul, estão fundos brasileiros como o Gávea, do ex-presidente do BC (Banco Central), Armínio Fraga. Há também fundos de investimento americanos, que segundo Neeleman, têm muito dinheiro e não foram afetados pela atual crise no mercado bancário.
Rotas alternativas
O executivo confirmou planos de investir em rotas alternativas em busca de novos nichos do mercado. Ele citou como exemplo cidades como Uberlândia, Ribeirão Preto e Londrina, para onde tem interesse em fazer ligações com grandes centros.
"Identificamos 27 cidades grandes, cujos serviços aéreos só chegam a 20% delas", afirmou Neeleman, que não divulgou os planos para as primeiras rotas.