Cidadeverde.com

Marcelo Castro sobre reforma da Previdência: 'votaria a favor só se eu não tivesse juízo'

Imprimir

O placar da votação (231 a favor e 188 contra) do projeto de lei que permite terceirização irrestrita em empresas privadas e no serviço público mostra que o Governo Federal terá que enfrentar para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados.

O piauiense Marcelo Castro (PMDB), por exemplo, é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê, entre outras alterações, a idade mínima de 65 anos para aposentadoria de todos os trabalhadores. 

"Uma coisa é o trabalho intelectual; outra coisa é o trabalho braçal. Para estas pessoas, precisamos fazer uma distinção bem nítida sob pena de estarmos cometendo uma das maiores injustiças de nossa história com a população mais carente, mais necessitada, mais sofrida do país. Não há possibilidade de que eu vote que o trabalhador do campo se aposente com a mesma idade de um trabalhador intelectual, administrativo, que trabalha no ar condicionado. Só se eu não tivesse juízo", disse o piauiense, em entrevista ao Notícia da Manhã, desta sexta-feira (24).

Para que a reforma da Previdência seja aprovada é necessário votação em dois turnos, com pelo menos 308 votos favoráveis em cada votação, do total de 513 parlamentares. Marcelo Castro enfatiza que o presidente Michel Temer (PMDB) terá dificuldades na aprovação da PEC e que a maioria dos parlamentares também deverá se posicionar contra, devido impacto direto na vida da população.

"Qualquer presidente que venha tratar de previdência no Brasil e no mundo é um Deus nos acuda...é mexer no vespeiro, porque vai mexer na vida de cada um, com a vida de todas as pessoas e isso não é fácil. É um problema muito complexo e é preciso que o Governo esteja muito seguro, se comunique muito bem para convencer a opinião pública e em consequência os parlamentares", disse.

Terceirização

Apesar de não ter comparecido a votação do projeto de lei que autoriza o trabalho terceirizado de forma irrestrita para qualquer tipo de atividade no país, Marcelo Castro se soma aos sete dos dez deputados federais do Piauí que são à favor da proposta. Do Estado, apenas Assis Carvalho (PT) se posicionou contra. 

"Isso é uma coisa inelutável. Hoje o Brasil tem mais de 12 milhões de trabalhadores terceirizados. A terceirização é uma tendência das empresas modernas, que digamos não fazem mais seu trabalho de fio a pavio. As empresas se especializam em uma área e terceirizam a restante. No final faz o conjunto e sai o produto final", disse.

O piauiense avalia a terceirização como uma tendência mundial e que não fere direitos trabalhistas. 

O número de votos favoráveis ao projeto é menor do que o que será necessário para a aprovar a reforma da Previdência, tema que enfrenta muito mais resistência na Casa e que será votado por Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Para uma PEC ser aprovada, ela precisa ser votada em dois turnos, com pelo menos 308 votos favoráveis em cada votação.

"Este é o momento de fazermos as reformas que não fizemos lá atrás e fomos empurrando para deixar ver como que ficava e do jeito que está, não está bom. Nenhum direito trabalhista foi ferido. O direito adquirido é sagrado. O Brasil está avançando na questão da legislação", finaliza Marcelo Castro. 

O texto vai à sanção do presidente Michel Temer, que é defensor da proposta. 

 

Graciane Sousa
[email protected]

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais