A delegada Anamelka Albuquerque informou nesta quarta-feira (21) que o assassinato da estudante Iarla Lima Barbosa se caracteriza como crime de feminicídio.
Iarla Barbosa foi morta na madrugada da última segunda-feira (19) pelo namorado, o tenente do Exército, José Ricardo Silva Neto. Ele assassinou a namorada e atirou contra duas pessoas: a irmã dela e uma amiga, que estavam juntos durante a discussão.
"Já fizemos um levantamento preliminar e conseguimos identificar as razões de gênero pelo discurso das pessoas que foram ouvidas. Já identificamos a circunstância qualificadora do feminicídio, então foi cadastrado nessa modulação jurídica e o indiciamento vai seguir a mesma ordem".
A irmã da vítima que foi baleada não foi ouvida, pois ela estava internada e sob efeito sedativo. Ela já teve alta médica.
Foram ouvidas a amiga, policiais que estavam na festa e testemunhas. A Polícia solicitou também imagens do local e da chegada o tenente em sua residência.
A delegada disse também que está aguardando laudo de perícia.
Em depoimento, a amiga de Iarla contou à polícia que a vítima não teve tempo de se defender.
"Pelo depoimento de uma das vítimas houve ouve uma discussão, mas a vítima não teve oportunidade de verbalizar muito, pois sofreu logo os disparos".
A delegada ressaltou ainda que a motivação seria por ciúmes e que só legitimiza a conduta do suspeito.
O que diz a lei do feminicídio
A lei de número 13.104 altera o código penal para prever o feminicídio como um tipo de homicídio qualificado e inclui-lo no rol dos crimes hediondos. Na prática, isso quer dizer que casos de violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher passam a ser vistos como qualificadores do crime. Os homicídios qualificados têm pena que vai de 12 a 30 anos, enquanto os homicídios simples preveem reclusão de 6 a 12 anos.
Flash Yala Sena
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