Cidadeverde.com

Congresso instala CPI para apurar irregularidades em empréstimos do BNDES para JBS

Imprimir

O Congresso Nacional deu início nesta terça-feira (5) às atividades da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a apurar irregularidades em empréstimos tomados pelo grupo J&F – controladora do frigorífico JBS – junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi eleito presidente da CPMI e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), vice-presidente. Ainda falta definir quem será o relator.

A comissão foi criada no dia 30 de maio deste ano, após a divulgação dos primeiros depoimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista e do empresário do grupo J&F Ricardo Saud.

No entanto, o colegiado não havia iniciado os trabalhos. A instalação só aconteceu após a Procuradoria Geral da República anunciar a revisão das delações dos empresários. O Ministério Público investiga supostos indícios de omissões nos depoimentos.

A CPMI

A CPI mista é composta de 17 vagas titulares para senadores e 17 cadeiras titulares para deputados titulares. No entanto, nem todos os partidos fizeram as indicações. O PMDB, por exemplo, não indicou o nome dos senadores do partido que serão titulares no colegiado.

O colegiado terá prazo de 120 dias (prorrogáveis por mais dois meses) para apresentar um relatório final.

A comissão terá como foco da investigação os empréstimos concedidos pelo BNDES à JBS entre 2007 e 2016, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Os parlamentares também querem apurar os termos e condições para a realização das delações dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, e de executivos da J&F, realizadas com a Procuradoria Geral da República e homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em seus depoimentos, os dirigentes do grupo empresarial admitiram pagamentos de propinas a políticos para obter incentivos fiscais e conseguir dinheiro do BNDES e de fundos de pensão.
De acordo com Joesley Batista, o frigorífico JBS exercia influência no BNDES por meio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

O empresário contou aos procuradores que pagava como propina uma taxa de 4% do valor de cada contrato aprovado no banco público de fomento, assim como dos aportes financeiros feitos por meio da BNDES-Par, o braço da instituição financeira que investe em participações de empresas e é acionista da JBS.

O frigorífico dos irmãos Batista se tornou a maior empresa de carnes do mundo com o apoio do BNDES.

O faturamento da companhia saltou de R$ 4 bilhões para R$ 170 bilhões entre 2006 e 2016, impulsionado por aquisições, como a compra do frigorífico Bertin e das empresas americanas Swift e Pilgrim’s Pride, financiadas pelo BNDES.

Outras empresas do grupo também se beneficiaram do apoio do BNDES. A Eldorado recebeu um financiamento de R$ 2 bilhões para construir sua nova fábrica, em Três Lagoas (MS).
Um dos autores do requerimento de criação da CPI, Ataídes Oliveira, presidente do colegiado, disse que a comissão “não tem o objetivo de retaliar” as autoridades do Ministério Público, particularmente, aquelas que atuam na Lava Jato.

A intenção da comissão é apurar fraudes que, na avaliação de Ataídes, geraram prejuízos aos interesses públicos.

Fonte: G1

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais
Tags: JBSCPI