Foto: Wilson Filho

O advogado Lucas Vila, que defende o prefeito de Teresina, Firmino Filho, nas investigações da Operação Lava Jato, alertou nesta quinta-feira (28) que a retirada do gestor do processo é uma prova que as delações premiadas não devem serem encaradas como verdades absolutas. Segundo ele, o caso de Firmino é exemplar e mostra como o Tribunal Regional Federal da 1ª Região foi cauteloso ao tratar o caso.

“É um alerta para que a gente tome que as delações não podem ser tomadas de início como verdades absolutas. Antes de julgar e condenar é preciso que a gente observe as provas e se os conteúdos das delações vão se confirmar com outras informações dos autos, pois simplesmente a delação não é suficiente para que haja condenação”, afirmou.

Para o advogado, a decisão do desembargador federal Cândido Ribeiro, trouxe otimismo, já que mostra uma justiça criteriosa. “Isso significa que eles estão sabendo separar o joio do trigo”, pontua.

Ainda de acordo com Lucas Vila, a decisão de retirar Firmino do processo partiu de uma manifestação do próprio Ministério Público Federal, que é o titular da ação penal no caso da operação Lava Jato.

“O MPF requereu ao desembargador que declinasse da competência porque não havia nos autos qualquer indício de práticas de delitos que pudessem se relacionar à competência do tribunal. Se existia alguma coisa a se esclarecer seria na competência da Justiça Eleitoral”, explica.

No despacho, o desembargador reconheceu que Firmino não praticou crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa ou passiva, evasão de divisas, formação de organização criminosa ou quaisquer dos outros delitos investigados no âmbito da Lava Jato. O processo foi encaminhado esta semana para o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Piauí, já que se trata de doações de campanha.

“Na época da eleição era permitido a doação. Ele nega ter recebido doação não declarada. Não teve troca de favores”, finalizou.

Hérlon Moraes
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