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Paciente arranca os próprios dentes por falta de atendimento odontológico

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A dona de casa Celina Lopes Teixeira, contou que extraiu, ela mesma, dois dos próprios dentes por causa de dor e falta de atendimento odontológico nos postos de saúde de Goiânia. Além dela, outros pacientes reclamam do serviço na capital. A reportagem percorreu oito unidades da cidade, mas foi constatada falta de material para realizar as consultas, restaurações e outros procedimentos.

“Como estava sentindo dor, eu sabia que iria chegar lá [ao posto de saúde] e não seria atendida. Por isso eu já fui e arranquei. [Queria] arrumar meus dentes e sorrir de novo”, disse a paciente que tomou a atitude desesperada. Ainda segundo Celina, ela já havia procurado a rede pública várias vezes, mas não conseguiu atendimento.

Outro paciente, relatou que está com dor nos dentes há quase uma semana e, mesmo procurando ajuda, não consegue ser atendido. Além dele, o repositor Wellington Rocha da Silva também contou que procurou atendimento, mas não conseguiu resolver o problema. Segundo ele, foram oferecidas somente soluções temporárias. “Ela [servidora que o atendeu] só passou um atestado e um medicamento para eu tomar. [O dente mesmo?] Nada”, relatou.

Já a diarista Nilva Gonçalves da Silva conta que um dos seus maiores desejos é conseguir passar por um tratamento dentário sugerido pelo odontólogo, mas que ainda não conseguiu começar.

“É um sonho. Sabe o que é você sonhar? Sonhar de poder arrumar os dentes. Quem que não sonha em poder sorrir? Eu não quero arrancar mais dentes, quero ver se tem solução para mim”, disse, emocionada.

Conforme apurou a reportagem, todos os postos de saúde de Goiânia receberam estrutura para realizar atendimentos odontológicos por meio do programa Brasil Sorridente, do Governo Federal. No entanto, a realidade nas unidades é que falta material. Os próprios servidores relataram que faltam insumos para a restauração dentária e curativos.

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou à TV Anhanguera que o maior problema enfrentado é a burocracia, já que a capital goiana recebeu R$ 2,1 milhões para investimentos na saúde bucal da população, como explicou a secretária Fátima Mrue.

“Não é por falta de dinheiro, existe dinheiro para isso. Por que ainda não melhorou? Os processos de compras de insumos estavam parados desde meados do ano passado, Então nós retomamos todos eles. Todos eles gastam algum tempo para ser concluídos”, afirmou.

Um dos ambulatórios, que tem quatro salas preparadas para o atendimento específico de odontologia, foi fechado pela prefeitura por falta de material disponível em março deste ano. Os 25 profissionais que atuam na unidade contaram que estão praticamente parados.

Fonte: G1

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