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Professor dança com 350 mulheres e acaba em hospital

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Um professor precisou ser levado ao hospital após bater o recorde brasileiro de maior tempo dançando sem parar com o maior número de parceiras diferentes. O feito aconteceu no último fim de semana em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

 Ao encerrar o desafio, o 'pé de valsa' agradeceu as mais de 350 parceiras de dança que o ajudaram a virar recordista brasileiro, e disse que fez tudo isso para mostrar que qualquer um pode entrar para a dança de salão.

Quando adolescente, Anderson Cristiano Fernandes sentia dificuldades para se relacionar com as pessoas e, por isso, tinha baixa autoestima. As aulas de dança de salão em uma pequena escola de bairro transformaram sua vida. “As pessoas começaram a me tratar bem. Eu nunca tinha dançado, fui aprendendo. As pessoas mudaram a relação comigo, entravam tristes e saíam felizes. Vi que aquilo era bacana, me fazia bem”, conta ele.

Anderson fez cursos com grandes nomes da dança de salão, como Jaime Arôxa e Carlinhos de Jesus. Ele se formou em Educação Física e abriu uma escola de dança. Agora, aos 35 anos, resolveu enfrentar um desafio diferente na carreira. Anderson queria bater um recorde brasileiro de dança de salão.

Durante dois meses, ele preparou o corpo e a mente intensamente para encarar a maratona de dança. Anderson ensaiava de manhã, de tarde e de noite, sem parar, se alimentando apenas com frutas, água e proteína, quase sem ir ao banheiro. Por causa do excesso de treinos, até chegou a ter problemas no nervo ciático, e precisou tomar remédios para se sentir melhor.

O desafio foi marcado para o último sábado (9), em um restaurante localizado no Portinho, uma área de lazer em Praia Grande. Anderson dançou durante 16 horas seguidas, com 358 mulheres diferentes, com idades entre 18 e 90 anos. A cada minutos e meio, ele mudava de parceira.

“Eu separei 100 músicas. Assim que acabava uma, agradecia a parceira e outra já estava subindo ao palco. Eu fiquei dançando o tempo inteiro. Com cada mulher que dancei, tentei ser o mais leve possível e sorri para cada uma delas. Cerca de 70% eu não conhecia. Eu peguei mulher de todo o tipo, alta, baixa, magrinha, que sabia dançar ou não”, disse.

A equipe de apoio fez uma lista das mulheres participantes. Eram alunas de Anderson, frequentadoras das unidades do Conviver e até do Portinho, que estavam no local a passeio e aceitaram fazer parte do desafio.

A mulher dele, a também professora de dança Daniela Regina Mantovani Matias, de 38 anos, fez parte do time de apoio e garante que não sentiu ciúmes do marido. "Não... Eu também danço. Sou professora de dança, tenho esse entendimento profissional. Eu também dancei e fiquei o tempo inteiro ali, do lado dele", disse ela.

Entre uma dança e outra, Anderson tomava água, comia frutas e barrinhas de proteína. Ele lembra que sentiu câimbras nas pernas por ficar tanto tempo dançando, mas não desistiu e seguiu até o fim. “Senti as dores naturais, mas procurei focar nas damas. Eu cantei todas as músicas, interpretei, chamei a galera. Eu me diverti o tempo inteiro”, diz.

Dois juízes do RankBrasil, sistema de homologação de recordes brasileiros, estiveram no local e acompanharam Anderson, desde o início das danças. Assim, caso o objetivo fosse concluído, poderiam registrar o fato oficialmente no livro dos recordes brasileiros.

“Cada mulher tinha uma etiqueta. Ele não parou em momento algum. O recorde foi finalizado meia-noite. O outro recorde que existia era de 134 horas dançando, mas de uma pessoa dançando sozinha, é uma modalidade diferente. Ele bateu o recorde de maior tempo dançando com o maior número de parceiras no Brasil”, explica Elisangela Arruda, fiscal do RankBrasil.

Ao fim do desafio, mesmo exausto, Anderson não segurou a emoção ao receber o troféu referente ao recorde e comemorou muito. Logo depois, precisou receber atendimento médico. Ele foi levado para o hospital e tomou soro para se reidratar, já que ficou completamente exausto. No entanto, em entrevista ao G1, disse que já está 100% novamente.

“No começo, falaram que era insanidade. Mas eu nunca vi me agradecerem tanto por eu ter dado esse presente para essas mulheres. O intuito foi trazer também as pessoas que não dançam, e que até nem sabem que são capazes de fazer isso. Era para poder provar e mostrar para todo mundo que qualquer um pode fazer o que quiser, no meu caso, a dança”, disse.


Fonte: G1 

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