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Vanderlei Cordeiro vai se aposentar após prova de São Silvestre

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Os últimos quatro anos foram uma árdua luta para o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, e ele não resistiu às seguidas lesões, optando por abandonar a carreira profissional após a São Silvestre, prova que será disputada em 31 de dezembro.

O atleta explicou em entrevista, nesta terça-feira, que ele já não tem mais ânimo para tentar superar uma pubalgia (inflamação na região do púbis), que encerrou sua esperança de ir às Olimpíadas de Pequim. Por conta da lesão, o atleta de 39 anos teve de desistir da Maratona de Turim, em 13 de abril, última chance de obter a vaga olímpica, e não vem treinando há três meses.
 

Vanderlei iniciou seu calvário justamente após viver sua maior glória: a medalha de bronze na maratona nas Olimpíadas de Atenas-2004, prova que chegou a liderar, mas acabou atrapalhado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan, que invadiu a pista, agarrou o maratonista e levou o brasileiro ao chão, antes de um torcedor "salvar" o atleta e colocá-lo de novo na pista.

"Logo depois de Atenas, tive uma série de lesões e isso acaba desestimulando. Você volta, aí sente de novo e isso te tira muito do foco. Um atleta tem de ser competitivo, e eu não consegui voltar à mesma performance. Fiquei bastante limitado, lutei até o final com todas as minhas forças, mas sinceramente não dá mais", explicou o maratonista.

Mostrando muita serenidade, Vanderlei Cordeiro assegurou estar tranqüilo com a decisão tomada em conjunto com os patrocinadores e o técnico Ricardo D'Angelo. "Encerro a carreira no dia 31, o último dia do ano, pois será também quando acaba o meu compromisso com minha equipe e meus patrocinadores. Todos entenderam e me deixaram bem livre para decidir encerrar minha carreira profissional", apontou.

O maratonista admitiu que não visa resultados na prova de despedida, já que não está totalmente recuperado da lesão, mas apenas dar início à sua nova carreira. "Se eu terminar a prova, sairei satisfeito. Agora vou trabalhar mais em nome do atletismo, ser um embaixador e continuar promovendo o esporte em todas as regiões. Pode ter certeza que quando o atletismo precisar de mim, estarei à disposição. Quero até participar de provas, mas sem esta competitividade. Vou correr onde quero e mais para promover a modalidade", afirmou.

E como "embaixador", Vanderlei não disfarça que deixa a carreira com a sensação de dever cumprido e ciente que uma nova geração está pronta para substituí-lo, tendo como principal nome o maratonista Marílson Gomes dos Santos, que conquistou no último domingo o bicampeonato na Maratona de Nova York.

"O atletismo está crescendo cada vez mais, e este bicampeonato é tão importante para o Marílson, quanto para o atletismo. Todos ganharam, assim como já foi na minha medalha e no ouro da Maurren (Higa Maggi, no salto em distância, nos Jogos de Pequim). Pode ter certeza que ainda teremos muitas glórias e eu espero ajudar um pouco neste desenvolvimento", lembrou.

Além do trabalho de promoção, Vanderlei Cordeiro administrará a empresa que tem em Maringá e tem um convite para ser o responsável pelo gerenciamento da equipe de atletismo de São Caetano do Sul. "Por enquanto, preferi ficar em Maringá, mas tenho esta porta aberta e posso um dia assumir. O importante é que quero continuar ligado ao atletismo, pois a minha vida é correr, mesmo que agora não mais profissionalmente", finalizou.

O maratonista foi o único brasileiro a conquistar um pódio olímpico na prova mais tradicional da modalidade, além de ter duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos (em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003) na mesma prova.

Fonte: Uol

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