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Diretora expulsa aluna que leva filho para sala de aula

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Foto: Google Maps

Edna Carla Carvalho, aluna da Unidade Estadual Dr. Fontes Ibiapina, que fica no Renascença I, registrou Boletim de Ocorrência (BO) na manhã desta quarta-feira (23) na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente contra a diretora do turno da noite da escola, a Professora Maria das Dores Oliveira. O desentendimento entre as duas partes aconteceu na última terça-feira (22), quando a diretoria quis expulsar Edna da escola por ter levado o seu filho de 6 anos para a sala de aula. Aluna e filho foram agredidos verbalmente pela diretora.

A estudante de 31 anos cursa o 3º ano integrado ao curso Técnico de Enfermagem no turno da noite e, vez por outra, necessita levar o filho de 6 anos para a aula por não ter com quem deixá-lo. “Eu só levo ele para a escola é último caso, quando não tenho com quem deixar porque meu marido trabalha também no turno da noite”, disse Edna, “Já faço isso há mais de dois anos, que é o tempo que estudo lá, mas isso nunca tinha acontecido”, relata. 

Na noite do ocorrido que gerou o BO, a diretora, segundo a aluna, começou a ‘implicar’ com a criança quando a mesma foi beber água com a sobrinha de Edna, que estuda com ela na mesma sala. “Eles saíram para beber água e lá no pátio ela abordou minha sobrinha dizendo que ‘esse não pode ficar aqui na escola’. Minha sobrinha disse que a mãe do menino estava na sala de aula e dai ela já chegou gritando na sala que era pra eu ir embora, que não podia estar alí e iria me denunciar, inclusive ao Conselho Tutelar”, contou Edna. 

A discursão seguiu com a diretora aos gritos querendo que a aluna fosse até a diretoria para assinar o termo de desistência do curso. “Ela gritou muito, discutimos e ela queria que eu assinasse termo de desistência. Meu filho ficou apavorado, coitado, e quando os ânimos se acalmaram eu fui embora para casa”, contou Edna. “Tudo isso aconteceu no começo da noite, eu só tinha assistido uma aula, tinha até um seminário para apresentar, mas preferi ir embora”.

Nesta manhã, Edna registrou o BO porque seu filho ficou muito chocado, passou a noite com febre e ela também ficou abalada com a situação. Além disso, disse que foi à Gerência Regional de Educação (GRE) no Dirceu, onde registrou um termo de denúncia contra a diretora. “Me orientaram a volta à sala de aula hoje normalmente, que eles iriam, resolver o problema. Mas eu, sinceramente, não sei se volto. Ela é muito grossa com todo mundo na escola e ninguém nunca teve coragem de denunciar, essa é a verdade. Mas, mexeu com meu filho, mexeu na parte que mais me dói”, finalizou a estudante.

Procurada pela reportagem do Portal CidadeVerde.com nesta manhã, a diretora Dorinha, não se encontrava na escola porque só trabalha no turno da noite e os funcionários não tinham autorização para fornecer o telefone particular da mesma.

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) se posicionou através de nota onde informa que a direção do turno da noite da Unidade Escolar não teria expulsado a aluna da escola, nem a agredido verbalmente. "Apenas a orientou sobre a não permissão de crianças na escola, haja vista a unidade esteja localizada numa área de risco.  A presença de crianças na escola as deixa em situação vulnerável e, caso haja algo com esses menores, a administração da escola pode até responder criminalmente. A medida é orientação do Conselho Tutelar", diz a nota.

A Secretaria também acionou a diretora que se posicionou na mesma nota:

“Nós orientamos as mães a não levar as crianças e ainda assim alguma delas levam até três filhos. A escola foi orientada pelo Conselho Tutelar a não permitir menores na escola, no turno da noite, pois é um ambiente impróprio. As aulas terminam às 22h e as crianças ficam dormindo pela escola. O direito da mãe é um e da criança é outro, e ambos devem ser garantidos. A aluna em questão continua coma a sua matrícula preservada”, afirmou a diretora Maria das Dores Oliveira.

Erica Paz Pereira, Especial para CidadeVerde.com
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