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Não pode haver 'pânico' sobre crise, diz Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o futebol nesta sexta-feira (7) para pedir aos governantes do Mercosul que não deixem de investir em razão da crise financeira mundial. Para ele, é preciso aplicar a tática de que "a melhor defesa é o ataque" para não sofrer com os efeitos da crise.

"O Brasil teve um time de futebol que muitos de vocês conheceram e mesmo sendo adversários admiravam. O Santos, na época do Pelé. Tinha uma máxima do técnico, que por coincidência chamava Lula, e ele dizia que a melhor defesa é o ataque. Ou seja, o Santos não se importava com a defesa, se tomava cinco, marcava seis. Se tomava seis, marcava sete. E isso fez do Santos o time mais brilhante do final da década de 60 e 70. Quando o time joga na retranca (...) certamente corre o risco de perder", discursou Lula.

Lula falou a prefeitos e governadores do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), no evento "Rodada de Integração Produtiva do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul (FCRR): Eixo Sul".

Para ele, há um clima de "pânico" em torno da crise, o que pode comprometer ainda mais as economias dos países emergentes. "Não adianta a gente ficar reclamando da crise ou participando do pânico que está se criando. Porque num primeiro momento, o pânico vai diretamente para a cabeça do povo. (...) Quando isso acontece, o cidadão fica com medo de comprar e isso é muito delicado. Quando o cidadão começa a ter medo de comprar daí a crise chegou de verdade."

Exportações

Em seu discurso, Lula voltou a dizer que pode haver queda nas exportações brasileiras e sugeriu que a ampliação dos comércios entre os países do Mercosul pode contribuir para a superação da crise.

 "Nós ainda não sabemos o tamanho dela [da crise], os efeitos perversos que vai causar no mundo e certamente causarão porque se deu no coração do sistema, no país mais importante do ponto de vista econômico. Obviamente que a recessão nesse país poderá causar problemas de exportações, não temos dúvida de que isso pode acontecer. Mas qual a vantagem nesse momento? Temos potencial de crescimento do mercado interno que eles não têm mais. (...) E temos uma diversificação das nossas relações comerciais."

Papel do Estado

O presidente defendeu o papel do Estado no combate à crise para que as economias emergentes "não retrocedam". "Não podemos ficar parados, mas tomar medidas de investimento do Estado para não permitir que nossos países retrocedam. Isso não é justo, estávamos num momento importante depois de tantos anos de ajuste fiscal. Não é justo que a gente pague por uma crise por irresponsabilidade do sistema financeiro, que ganhou muito dinheiro sem produzir um copo, sem financiar a produção, mas trocando papel."

Ele voltou a destacar que a crise pode ser uma "oportunidade" e disse que o governo brasileiro tomou a decisão de não parar investimentos em obras de infra-estrutura. "Essa crise pode significar para nós oportunidade, de nos prepararmos, para que quando a crise acabar, a gente possa dar um salto de qualidade e crescer muito mais."

 Obama

Lula voltou a comentar a vitória de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos. Para ele, Obama pode perder "capital político" se não vencer as turbulências do mercado financeiro. "Ele vai ter que tomar atitudes porque essa crise não pode durar muito tempo. Porque todo o capital político que ele conquistou ele pode perder se essa crise durar um ano, dois anos. Temos que acreditar que Obama tem de tomar atitudes, mas não podemos depender das atitudes dos outros países, temos de tomar nossas medidas."
 
Fonte: G1
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