Cidadeverde.com

Na Itália, Lula propõe nova ordem econômica mais humana

Imprimir

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de uma "nova ordem" econômica mundial que dê prioridade ao ser humano e não à especulação financeira, após ser recebido nesta segunda-feira (10) em Roma pelo presidente da República da Itália, Giorgio Napolitano.

"A atual crise financeira constitui uma extraordinária oportunidade para que possamos refletir sobre os erros e para criar uma nova ordem mundial na qual o ser humano, o trabalhador, o desenvolvimento e a produção cultural, científica e tecnológica sejam o verdadeiro motivo da economia e não a especulação financeira", afirmou.
 

 
 Menos analistas de mercado
 
Em discurso no Palácio Quirinale, ele afirmou que só com vontade política é possível acabar com a crise financeira mundial. "Os governantes precisam entender que precisamos ouvir menos analistas de mercado e mais analistas de problemas sociais, de desenvolvimento e que conhecem as pessoas", disse. 
 
O presidente brasileiro disse que Brasil e Itália têm histórias e culturas que se entrelaçam. "Nossos povos se admiram", afirmou.
 
"Nos reconhecemos uns nos outros e não poderia ser diferente, pois temos hoje no Brasil mais de 30 milhões de descendentes de italianos", completou. Lula ressaltou ainda que o intercâmbio comercial entre os dois países chega a US$ 8 bilhões anualmente. 
 
Agenda

Lula iniciou nesta segunda uma visita oficial de três dias à Itália. Na terça, ele será recebido pelo chefe de Governo Silvio Berlusconi, assim como pelos presidentes do Senado e da Câmara de Representantes, Renato Schifani e Gianfranco Fini, respectivamente.

A grave crise econômica mundial e a necessidade de atuar de modo coordenado ante a tempestade financeira global serão os temas chaves da agenda de Lula na Itália.

Antes de viajar a Roma, o presidente brasileiro abriu no sábado (8) em São Paulo a reunião de ministros do G20, integrado por países desenvolvidos e emergentes, sobre a reforma do sistema financeiro. A meta foi preparar a agenda para a reunião de cúpula de Washington deste grupo de nações em Washington, no dia 15 de novembro.

A economia será abordada sobretudo com Berlusconi, que apóia a ampliação do G8 (o grupo de sete países mais ricos do planeta, além da Rússia) a partir de janeiro de 2009, para que grandes países com economias emergentes, como Brasil, Índia, China e México, sejam incluídos.

"Tenho certeza de que um país como o Brasil pode dar uma contribuição significativa à elaboração de políticas coordenadas e incisivas a nível internacional", declarou Napolitano.

Lula será recebido na manhã de quinta (13) no Vaticano em uma audiência privada com o Papa Bento XVI. Uma delegação de ministros brasileiros se reunirá paralelamente com o número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone.

Durante sua visita, Lula deve se reunir também com representantes dos sindicatos e a patronal italianos.

Encerrada a visita à Itália, Lula viajará para os Estados Unidos para participar, no próximo sábado, da cúpula do G20, que reunirá as nações industrializadas e emergentes que concentram 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para analisar a atual crise financeira.

Com informações da Agência Estado e da France Press
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais
Tags: