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Juiz vê suspeitas em ação de ex-presidente do Barcelona em transplante de jogador

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um juiz de Barcelona acredita que existam indícios de irregularidades administrativas no transplante de fígado feito pelo ex-jogador francês Éric Abidal, 38, ocorrido em 2012.

Ex-defensor e ídolo no Barcelona, Abidal foi contratado recentemente para a função de secretário técnico do clube catalão, que defendeu como atleta por seis anos.

Uma escuta telefônica que tinha como alvo o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, preso em 2017, a qual o jornal espanhol El Confidencial teve acesso, mostrou que um funcionário do clube catalão confirmava a compra de um fígado no mercado ilegal de uma pessoa que iria se passar por um primo de Abidal.

De acordo com a publicação, foram interceptadas pelo menos quatro chamadas de Rosell e nelas o ex-presidente admite ter comprado um fígado no mercado ilegal para que fosse feito o transplante em Abidal.

Sandro Rosell está preso desde o ano passado sob a acusação de receber propina na intermediação de jogos da seleção brasileira.

A reportagem do El Confidencial foi publicada na edição de quarta-feira. Tanto a defesa do ex-dirigente quanto a Fundação Eric Abidal desmentiram a informação.

O transplante em Abidal foi realizado no hospital El Clinic, de Barcelona, em abril de 2012.

O ex-jogador francês manifestou-se nesta quinta-feira (5) em sua conta no Instagram, onde postou uma foto feita no hospital, ao lado de seu primo, Gerard, que segundo Abidal foi seu doador.

"Com a publicação desta imagem, quero pedir respeito para meu primo Gerard e defender a sua honorabilidade. Denuncio publicamente a atitude de alguns veículos de imprensa que continuam pondo em dúvida a legalidade de uma cirurgia que salvou a minha vida. Já chega! Peço respeito para todos os que passamos ou estão passando por uma situação similar", escreveu o ex-jogador francês.

A foto mostra Abidal deitado em uma cama do hospital e Gerard sentado ao seu lado, usando um camisão branco e com intravenosas nos braços.
A Fundação Abidal também se manifestou por meio de nota oficial contra a reportagem do El Confidencial.

"A fundação Eric Abidal lamenta que se coloque em dúvida a honra de todos os implicados no processo, a quem Eric Abidal dedica grande admiração e deixa um enorme agradecimento, especialmente ao seu doador, o seu primo Gerard", informou em nota.

Apesar dos desmentidos, a Organização Nacional de Transplantes da Espanha (ONT), o Ministério da Saúde da Espanha e a direção do El Clinic, onde ocorreu a cirurgia, decidiram abrir uma investigação interna para comprovar se houve ou não irregularidades no transplante do ex-jogador do Barcelona.
De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira (5) pelo jornal El País, essa denúncia pode reabrir uma investigação que fora arquivada no começo deste ano, a respeito do transplante de Éric Abidal.

A única prova de parentesco entre o ex-zagueiro e Gerard seria uma "manifestação" da mulher do ex-jogador. Após a Justiça insistir, o hospital El Clinic enviou um fax com as certidões de nascimento de Abidal e Gerard e descobriu que os nomes das mães coincidiam.

Foi ainda solicitado, de acordo com o El País, que um tribunal de Lyon pegasse o depoimento do doador, que nasceu em Martinica -um território ultramarino da França- solicitando que ele passasse por um médico legista, para constatar a presença de marcas ou cicatrizes compatíveis a uma cirurgia de transplante de fígado.

A justiça francesa, contudo, negou o pedido, alegando que na França o doador lucrativo não é punido.

Diante desta resposta, a Justiça espanhola optou pelo arquivamento do caso.

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