O Ministério Público Federal em Belo Horizonte denunciou na segunda-feira (17) o empresário Marcos Valério e outras 26 pessoas --incluindo diretores e ex-diretores do Banco Rural-- por crimes relacionados ao mensalão mineiro. A denúncia apresentada refere-se a um suposto esquema criminoso que colaborou com a campanha à reeleição do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas em 1998.
De acordo com o Ministério Público, o esquema denunciado nesta semana foi repetida posteriormente por Valério em âmbito nacional.
Os dois esquemas teriam a mesma forma de operação, afirma o Ministério Público: com objetivo de angariar recursos que não seriam contabilizados, era construída uma estrutura que utilizava a simulação ou o superfaturamento de contratos de publicidade firmados com o governo estadual. Os recursos eram, em sua maioria, destinados à campanha eleitoral e tinham sua distribuição pulverizada entre os colaboradores da campanha, como contraprestação aos "favores" prestados.
Segundo a denúncia da procuradoria, foram desviados cerca de R$ 3,5 milhões dos cofres públicos estaduais para a campanha à reeleição de Azeredo.
O empresário também é acusado de corromper um juiz eleitoral para favorecer Azeredo durante a mesma campanha. O sócio de Valério, Rogério Tolentino, também é acusado de participar do esquema.
Em outra denúncia, o Ministério Público acusa 24 dirigentes do Banco Rural da prática dos crimes de gestão fraudulenta e de gestão temerária, além de lavagem de dinheiro.
As denúncias foram apresentadas à 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. Segundo o Ministério Público, as acusações variam de acordo com o que ficou apurado da participação de cada dirigente nos fatos.