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Dólar sobe pelo 7º dia e fecha maior patamar

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Foto: Carlos Severo / Fotos Públicas

O dólar fechou em alta pelo 7º pregão seguido nesta quinta-feira (23), acima de R$ 4,12, maior patamar em quase três anos. A tentativa de correção da moeda norte-americana foi ofuscada pelo cenário externo, após Estados Unidos e China aplicarem nova rodada de tarifas comerciais entre si, e pelo cenário eleitoral nos últimos dias, com os investidores repercutindo as primeiras pesquisas de intenção de voto.

A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 4,1222, uma valorização de 1,71%. Na máxima, chegou a R$ 4,1272. Veja mais cotações.

A última vez que o dólar havia fechado acima de R$ 4,12 foi em 23 de setembro de 2015 (R$ 4,1455), segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem a cobrança de IOF, fechou a R$ 4,30.

"É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil e ainda o fator especulação", afirmou a Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

"O investidor corrige um pouco, mas não quer ficar vendido em dólar (apostar na queda da moeda). Não há muito espaço para realização maior com as notícias atuais", emendou à agência o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, para quem o 'piso' nesse momento seria de pelo menos R$ 4.

À tarde, a ameaça do vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, de que seu partido votará pela suspensão do financiamento à União Europeia no próximo ano se parceiros não concordarem em receber os imigrantes que estão sendo mantidos em um navio da guarda costeira em Sicília, também ajudou a prejudicar o euro e, assim, elevar a pressão do dólar ante a cesta de moedas, segundo a Reuters.

Desde o início do ano, a moeda norte-americana já acumula avanço de mais de 26%. A tendência de alta, que havia perdido fôlego a partir de junho, voltou em agosto em meio às incertezas eleitorais e ao cenário externo menos favorável, fazendo o dólar saltar do patamar de cerca de R$ 3,70 para o atual de R$ 4.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. A busca pela moeda indica que o mercado prefere ativos mais seguros em momentos de incerteza, o que leva ao enfraquecimento do real.

Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.

Diante desse cenário turbulento, o principal índice de ações da bolsa brasileira fechou em queda de 1,65% nesta quinta-feira (23), a 75.633 pontos.

Cenário externo

No exterior, o dólar subia em relação a uma cesta de moedas, impulsionado pela incerteza política, nova rodada de tarifas comerciais e pela ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos que sinalizou aumento da taxa de juros em setembro.

Os EUA e a China intensificaram a sua guerra comercial que já dura meses, implementando tarifas de 25% sobre US$ 16 bilhões em produtos um do outro, abalando os investidores que buscavam segurança no dólar.

À tarde, a ameaça do vice-primeiro-ministro da Itália, Luigi Di Maio, de que seu partido votará pela suspensão do financiamento à União Europeia no próximo ano se parceiros não concordarem em receber os imigrantes que estão sendo mantidos em um navio da guarda costeira em Sicília, também ajudou a prejudicar o euro e, assim, elevar a pressão do dólar ante a cesta de moedas, segundo a Reuters.

O dólar também subia ante divisas de países emergentes, com destaque para o rand sul-africano, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, expressou no Twitter suas preocupações sobre a reforma agrária do país, e o rublo, com o aumento do risco de mais sanções dos EUA à Rússia.

Atuação do BC

O Banco Central brasileiro continuou sem fazer atuações extraordinárias no mercado de câmbio e, segundo analistas ouvidos pela Reuters, pelo menos por enquanto a autoridade monetária não deve interferir porque o movimento do real não está muito diferente do comportamento de outras divisas emergentes. Além disso, não há falta de liquidez no mercado.

O BC ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,08 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro.

Última sessão

Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,42%, vendida a R$ 4,0529. Foi o valor mais alto desde o dia 16 de fevereiro de 2016, quando terminou a sessão a R$ 4,0684. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,0908.

Nas casas de câmbio, porém, a moeda chegou a ser negociada acima dos R$ 4,50, já considerando o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Em espécie, a cotação girou entre R$ 4,25 e R$ 4,29, segundo levantamento feito pelo G1.

Fonte: G1

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