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Palmeiras tenta encerrar jejum de 16 anos contra o São Paulo no Morumbi

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ALBERTO NOGUEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Um gol para enfeitar o futebol." Assim o narrador José Silvério, da Rádio Bandeirantes, descreveu os dois chapéus dados pelo meia palmeirense Alex, um no zagueiro são-paulino Emerson e o outro em Rogério Ceni, antes mandar a bola para a rede.

A partida de 30 de março de 2002 é uma das últimas lembranças felizes que os palmeirenses têm do estádio do Morumbi em jogos contra o São Paulo. Essa vitória por 4 a 2 foi a mais recente do time alviverde sobre o tricolor no estádio, que recebe o clássico entre eles pelo Brasileiro no próximo sábado (6), às 18h.

Desde o encontro, válido pelo extinto Torneio Rio-São Paulo, as equipes se enfrentaram na casa são-paulina 24 vezes. Foram 15 vitórias do time tricolor e nove empates.

Um dos personagens do último triunfo palmeirense, o ex-volante Magrão lembra que o momento do rival, que tinha o artilheiro França e o meio-campista Kaká, era muito superior e que as manchetes do noticiário esportivo destacavam esse favoritismo.

"O [técnico] Vanderlei Luxemburgo foi fundamental. Ele motivou cada um e montou uma estratégia para o jogo. Colocou o Alex para atuar nas costas do Maldonado e pediu para que eu conduzisse a bola da defesa para o ataque, para forçar o bote dele e deixar o Alex com espaço para jogar. Deu certo", conta o hoje empresário de jogadores.

Magrão fez o primeiro gol da partida e participou da antológica jogada do camisa 10, da forma que o então treinador pediu. Ele carregou a bola para a intermediária ofensiva e tocou para o centroavante Christian ajeitar para o meia.

"Eu lembro que, quando ele deu o primeiro chapéu, comecei a gritar desesperado para chutar, mas ele seguiu em frente e fez aquilo que todo mundo viu." Os outros gols do time palestrino foram marcados pelo volante Claudecir e pelo lateral direito Arce. França e Kaká descontaram.

Para o ex-jogador, o Palmeiras tem tudo para quebrar o jejum que perdura há 16 anos. 

"É favorito também ao título, pois tem o melhor elenco e um cara acima de qualquer um, o Felipão. Ele é vitorioso e tem o respeito de todos, assim como acontece com o Renato Gaúcho no Grêmio", diz.

A última vitória palmeirense no Morumbi coincide com o início de um período difícil na história do clube, que naquele mesmo ano foi rebaixado no Brasileiro, algo que se repetiu dez anos depois.

Uma fase ruim, com apenas dois títulos (Paulista-2008 e Copa do Brasil-2012), encerrada em 2015, com a chegada da Crefisa e o segundo mandato de Paulo Nobre no clube. Desde então, o time conquistou uma Copa do Brasil (2015) e um Brasileiro (2016).

Por outro lado, o São Paulo, que após estrondoso sucesso no início dos anos 1990 -conquistou o Nacional de 1991 e as Libertadores e os Mundiais de 1992 e 1993- vivia uma seca de títulos de maior expressão, voltava a ser protagonista.

O clube tricolor venceu a Libertadores e o Mundial de 2005 e os Brasileiros de 2006, 2007 e 2008 e rivalizou com o Corinthians, no papel que historicamente sempre havia sido do Palmeiras.

No entanto, a boa fase terminou após o título da não badalada Copa Sul-Americana, em 2012. Nas últimas temporadas, o são-paulino se acostumou a ver o time brigando mais contra o rebaixamento do que por títulos.

A equipe só engrenou e voltou a empolgar seus torcedores com a chegada do técnico Diego Aguirre, em março. O uruguaio implantou seu estilo de jogo e conduziu o time à liderança e ao título simbólico do primeiro turno.

O desempenho, contudo, caiu, e o clube perdeu seu lugar no topo da tabela. Nas últimas cinco partidas foram três empates, uma derrota e apenas uma vitória.

Já o Palmeiras está em ascensão desde a chegada de Felipão. Com o treinador foram dez jogos, oito vitórias e dois empates na competição. Aproveitamento de 86,67%.

O confronto de sábado vale muito para os dois clubes. Uma vitória fará o alviverde, líder do Brasileiro com 53 pontos, abrir quatro de vantagem sobre o rival na disputa pelo título.

Se o São Paulo vencer, pode retomar a liderança -caso o Internacional, que tem a mesma pontuação palmeirense, mas pior saldo de gols, não vença o Sport na Ilha do Retiro, nesta sexta-feira (5), às 19h.

Palmeirenses e são-paulinos jogaram duas vezes no Allianz Parque em 2018, com dois triunfos dos donos da casa. A equipe do Morumbi perdeu todos os sete jogos que fez na arena rival desde a inauguração, em 2014.

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