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Piauí bate recorde em focos de calor com aumento de 45% em relação a 2017

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Em 2018, o Piauí registrou um aumento de 45% nos índices de focos de calor até agora, em relação ao mesmo período do ano passado, o que deixa o estado em alerta quanto ao cuidado com a ocorrência de queimadas. Conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente do Piauí (SEMAR-PI), disponibilizados nesta quarta-feira (17), de janeiro a outubro de 2017 foram 5.436 focos de calor contra 8.089 neste ano.

O estado, segundo a SEMAR, tem batido recordes quanto aos focos de calor, principalmente na região de São João do Arraial, no Sul do Piauí. Os municípios prioritários do Cerrado que registraram esses focos foram Baixa Grande do Ribeiro (323 focos), Currais (120), Palmeira do Piauí (76), Ribeiro Gonçalves (218), Santa Filomena (235) e Uruçuí (466), totalizando 1.438 focos.

Além disso, de acordo com as estatísticas da SEMAR, o Piauí teve a maior temperatura registrada neste ano no Nordeste e a segunda no país, perdendo apenas para temperatura cravada no Pará. O tecnólogo em Geoprocessamento da Secretaria de Meio Ambiente do estado, Samuel Maia, falou sobre o assunto em entrevista ao Jornal do Piauí de hoje.

Nos últimos três dias, as cidades que estão necessitando de maior atenção quanto ao risco de queimadas são exatamente São João do Arraial, com 2 focos, Corrente, com um e Canto do Buriti com 8. O tecnólogo Samuel Maia informou que a ocorrência de chuvas nesses últimos dias, acarretou em uma “amenizada” nessa situação, mas que como ainda está no período típico mais quente do ano, ainda é preciso ficar em alerta. 

“O que a gente pode revelar na situação dessa semana é que de acordo com o clima que a gente teve agora nesse período é que aconteceram algumas chuvas na região do cerrado, no Sudeste e Sudoeste, e veio a amenizar um pouquinho a situação mais crítica dos focos de calor. Está bastante nublado, teve bastante chuva no Sul e estamos em estado de alerta para tempestades em todo o Piauí

De certa forma, Samuel diz que essa é uma situação atípica para o período, porque as chuvas no Sudoeste começam a aparecer mais em meados de novembro. Contudo complementa que “o clima é que vai favorecer a situação dos focos de calor. Então é necessário observar o tempo e as chuvas para ver o que vai acontecer. Se continuar chovendo vai diminuir, mas a gente tem que ficar alerta, porque caso não continue, a gente tem que ficar com a atenção voltada para as queimadas, porque ainda existe esse risco por conta da cultura e esse ser o período típico do pessoal que trabalha com a roça, usar o fogo para o trabalho”. 

O período chuvoso mais intenso o ano passado, de acordo o Samuel Maia, provocou um crescimento maior da vegetação em 2018 e esse aumento contribuiu para que, consequentemente, os focos de calor também aumentassem agora no período seco. “De certa forma, se aumenta o combustível para se queimar, o combustível que a gente chama é a própria vegetação”.

 Foto: Nicélio Silva/Ibama

Lyza Freitas
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