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Mundo do futebol não vê 'mala branca' como prática imoral

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Uma antiga polêmica tem tomado conta da reta final do Campeonato Brasileiro: a chamada "mala branca", um incentivo financeiro dado por clubes que brigam por título, vaga na Libertadores 2009 ou contra o rebaixamento para jogadores de outras equipes que já não tem nenhum grande interesse na competição, pois não estão envolvidos em disputas nem na parte de cima nem na parte de baixo da tabela, mas disputam partidas que podem mudar a história do torneio.

Renato Gaúcho, técnico do Vasco, que luta contra o descenso, já afirmou que não vê nada de errado na "ajudinha financeira". Evandro, do Palmeiras, admitiu que em 2007, quando atuava pelo Atlético-PR, recebeu dinheiro do Goiás para se dedicar mais no confronto contra o Corinthians, já que os dois times lutavam para não cair para a Série B. Já nesta quinta, foi e vez de Hugo, do São Paulo, dizer que participou desta prática em 2003, quando era do Juventude. "O salário estava atrasado e se estão oferecendo tem que agarrar", declarou.

Apesar de controversa, a "mala branca" não é vista como algo imoral no mundo do futebol. Ex-jogadores admitem que já passaram por este tipo de situação e em geral não condenam o recebimento do dinheiro por parte dos atletas.

"Não deveria existir, porque se você é um profissional deve fazer sempre o máximo pelo seu time, mas não é algo imoral nem ilícito. Eu mesmo quando jogava participei várias vezes deste tipo de incentivo", afirmou Leivinha, jogador que brilhou no Palmeiras nos anos 70.

Já Zenon, atleta que se destacou no Guarani e no Corinthians, acredita que a "mala branca" faz parte da cultura do futebol nacional. "Se você paga para alguém ganhar não há nada de ilícito nisso, é um prêmio extra pela vitória", disse.

Para ele, o condenável seria pagar jogadores para que eles entrassem em campo e perdessem o jogo. "Aí sim é passível de punição e eu acho que o clube deveria ser banido do futebol".

Boa parte dos jogadores que marcaram época no futebol brasileiro não são contra a "mala branca". No entanto, alguns não acreditam na eficiência da prática.

"Os atletas vão entrar em campo para ganhar independentemente disso", ressaltou Ademir da Guia, um dos maiores ídolos da história palmeirense.

No entanto, ele não condena a 'ajudinha extra'. "Acho que isso pode existir, mas depende do grupo de jogadores e da diretoria aceitar ou não".

Já Sócrates, destaque corintiano nos anos 80, considera a "mala branca" um desperdício de dinheiro. "Não adianta nada, ninguém vai jogar melhor por causa disso, acho que é uma bobagem. Não deveria ter oferecimento nem aceitação, é melhor investir no próprio time", assinalou.
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