Cidadeverde.com

Delta do Parnaíba: um paraíso dos Guarás

  • IMG_3345.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • IMG_3340.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • IMG_3338.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • IMG_3336.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • IMG_3327.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • IMG_3126.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • IMG_3322.JPG Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares
  • Caranguejo_Corredeira.jpg Francisco Soares Santos-Filho / Ana Flávia Soares

Para nós piauienses o Delta do Parnaíba é uma daquelas riquezas que temos, que sabemos que é muito legal conhecer, mas como fica aqui na nossa casa, não priorizamos um tempo para descortiná-lo. Eu já tinha tido a oportunidade de conhecer o Delta lá pelo início deste século, numa daquelas viagens que a gente fica mais preocupado do que realmente curte, porque os filhos são pequenos ou porque tem muita gente no barco ou porque o que foge do seu controle por ser improvável às vezes é estressante. Outras vezes visitei áreas pontuais com finalidades de natureza técnica ou científica. Este final de semana resolvi visitar novamente. Só que desta vez com outro olhar: o de divulgador científico.

Ao escolhermos o percurso, a intenção era percorrer o emaranhado de igarapés que formam uma espécie de quebra-cabeças verde gigante. A ideia era conhecer algumas das ilhas mais visitadas do Delta, especialmente na porção maranhense do ambiente. Isso porque pouco se divulga por aqui (e creio que no Maranhão também), o Delta é formado por cinco braços principais do rio Parnaíba no seu encontro com o mar e da sua dimensão, cerca de 30% é território do Piauí e 70% é território do Maranhão. Como das outras vezes me concentrei em áreas do Piauí, especialmente no entorno de Ilha Grande, uma das áreas da minha pesquisa de doutorado, escolhemos (eu e minha companheira de aventuras, minha esposa e jornalista Ana Flavia Soares) trechos de Ilhas da parte maranhense, especialmente a Ilha das Canárias. Dentre as novidades que nos atraíam estava ver a revoada dos Guarás.

O guará (Eudocimus ruber) uma ave do grupo dos pelicanos especializada em se alimentar de peixes e crustáceos como espécies de caranguejo. A espécie mais apreciada pelos guarás é o caranguejo chamado de Corredeira (Goniopsis cruentata), cujo nome expressa muito bem o sufoco que é registrá-lo por uma foto: o danadinho sai correndo de lado e se emburaca na lama do Mangue.

O guará já tinha chamado minha atenção quando visitamos o Parque das Aves em Foz do Iguaçu (PR), pois as placas explicativas do ambiente dele contavam a curiosidade de que sua alimentação era regada a camarão. O animal tem a cor de suas penas avermelhadas e a manutenção desta cor está associada à sua alimentação: na natureza investe no Caranguejo Corredeira e em cativeiro é alimentado com camarões. A ave é muito comum no litoral norte do Brasil, sendo o símbolo das Ilhas de Trinidad e Tobago, na América Central.

De acordo com José, o guia que nos conduziu, os Guarás vêm de muitas áreas do Manguezal do Delta e se concentram em uma pequena ilha situada no lado maranhense. A ilha dos Guarás como é conhecida é um pequeno maciço florestal de mangue sem nada de terra visível, pelo menos na maré alta, com um formato meio triangular, medindo cerca de 100 a 200 metros na sua maior extensão e uns 20 a 50 metros na sua menor extensão.

Por volta das 16h30 partimos de uma praia na Ilha das Canárias e nos posicionamos ao lado da ilhota. A área está sinalizada por uma placa fincada no meio do curso do igarapé colocando-se como um limite de aproximação dos barcos que, neste horário começam a chegar. Na verdade, um pequeno grupo de lanchas com poucas pessoas. A partir deste horário começa o espetáculo. A ilha vai se tornando pintada de pontos vermelhos. A sensação que dá é de uma verdadeira invasão, pois bandos de guarás de tamanhos variados vão se aproximando e se posicionando nos galhos das árvores de mangue da pequena ilha. Grupos com 3, 6, 8 e, cheguei a contar, mais de 70 guarás vão gradativamente se colocando na ilha. Um espetáculo inesquecível. As imagens da galeria e os vídeos abaixo, registrados a partir de um smartphone, daí não terem a qualidade adequada, demonstram um pouco do espetáculo que estas aves realizam aos olhos dos turistas e outros curiosos que, diariamente, partem para ver este fenômeno.

O Delta do Parnaíba tem outras riquezas que não são possíveis relatar em um só post. Assim que puder faça esta aventura. Eu recomendo! Bom domingo para todos...

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais