Municípios pequenos (variam de 8.700 a 32,7 mil habitantes) como Cocos, no oeste baiano, Comercinho, no Vale do Jequitinhonha mineiro, e São José do Belmonte, no sertão pernambucano tiveram nas eleições municipais de outubro passado candidatos a prefeito que receberam doações, em dinheiro, da CBF.
Segundo dados do TSE, o Tribunal Superior Eleitoral, a confederação tirou R$ 345 mil de seus cofres para financiar políticos no pleito municipal. O que surpreende é o tamanho político dos candidatos, e de suas cidades, agraciados com as verbas da CBF.
A entidade que cuida do futebol nacional financiou candidatos em 11 cidades. Com exceção de Teresina e Uberlândia (onde só apoiou quem tentou uma vaga como vereador), nenhuma tem mais de 77 mil habitantes.
Foram, por exemplo, R$ 10 mil repassados a Charles Ferraz, candidato do PT à Prefeitura de Itinga, cidade mineira com 14,6 mil moradores. A insignificância política dos beneficiados pela CBF é tamanha que a entidade foi, na maioria dos casos, a principal financiadora desses candidatos.
O candidato recordista em verbas recebidas pela CBF é o peemedebista Arthur Henrique Gonçalves. Na sua candidatura à reeleição em Piraí, no Estado do Rio, ele recebeu R$ 100 mil da confederação.