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Bolsonaro repete live, cita tragédia e 'esquece' Nova Previdência

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Em sua segunda transmissão ao vivo pelas redes sociais como presidente, Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta (14) que fará os vídeos semanalmente como prestação de contas de seu governo. Ao lado dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Henrique Mandetta (Saúde), tratou de temas como o ataque em escola de Suzano (SP) -que chamou de "barbaridade". Voltou a falar sobre a importação de bananas do Equador e de trânsito, mas deixou de lado a reforma da Previdência, tema considerado crucial para sua gestão.

Suzano
O presidente afirmou que não apenas o governo, mas todo o Brasil "ainda está muito chocado" com o que aconteceu em Suzano. "Na verdade, todo o Brasil está de luto. É uma barbaridade", afirmou. Ele disse que o governo está fazendo "o que for possível" para evitar novos casos como esse. Não mencionou as críticas à sua gestão pela flexibilização à posse de armas.

Cargos comissionados
Bolsonaro destacou a publicação de decreto na edição de quarta (13) do Diário Oficial em que o governo corta 21 mil cargos comissionados –promessa de campanha. "A projeção de economia está na faixa de R$ 200 milhões. Dá para fazer economia sim."

Aeroportos e placa
O presidente mencionou que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, participará do leilão de 12 aeroportos na Bolsa de Valores em São Paulo na sexta-feira (15). "Infelizmente, onde o estado brasileiro está as coisas não dão certo." Disse ainda ter pedido a Tarcísio para rever a placa de carros do Mercosul, já implantada em algumas cidades brasileiras. "É até uma despesa a mais para a população."

Velha política
Num momento em que o Congresso cobra do Executivo concessões em troca de apoio à reforma da Previdência, Bolsonaro voltou a falar que o país não tem como dar certo se seguir com a "velha política".
Dois dias depois de dizer em uma videoconferência com ministros que existe uma "pressão enorme" para a permanência da política do toma lá dá cá, o presidente disse que os parlamentares entendem o novo momento.
"Não temos pressão por ministérios por parte de parlamentares e eles em grande parte sabem que o caminho é esse, o caminho técnico."

Vacinas contra gripe
Ao lado de Mandetta, Bolsonaro destacou uma campanha de vacinação contra a gripe que será antecipada no estado do Amazonas. O ministro explicou que a previsão era de envio apenas no fim de abril, mas que uma proliferação atípica da doença, que provocou "muitos óbitos", provocou a antecipação.

Estados Unidos
Bolsonaro falou sobre a viagem que fará no domingo (17) aos EUA, onde vai se reunir com Donald Trump. Ele e Araújo defenderam parcerias com o país e criticaram governos anteriores de não manterem relações próximas por "questões ideológicas".
Bolsonaro lembrou que o maior parceiro econômico é a China, mas que os EUA "podem ser um grande parceiro".
Araújo disse que será discutido acordo sobre a base de lançamento de foguetes em Alcântara (MA). E que está pronta a mudança na capa do passaporte. O presidente citou que fará ainda este mês viagens ao Chile a Israel.

Folha de S.Paulo/Banana
O presidente voltou a criticar a Folha de S.Paulo ao mencionar uma coluna de Janio de Freitas publicada no domingo (10). No texto, Janio critica o presidente por tratar como prioritária a preocupação pelas importações de banana pelo Brasil do Equador. Segundo o colunista, isso traria benefícios para seus familiares no Vale do Ribeira (SP), onde Bolsonaro cresceu e tem parentes.

O presidente diz que todos os dias os jornais trazem duas ou três matérias contra ele e que "para variar" esse era um caso da Folha de S.Paulo. "Nenhum parente meu tem lá um hectare cultivando banana, não tem uma climatizadora, a minha família não mexe com transportes de banana, com nada no tocante a isso", afirmou.

"É uma acusação que ele fala que eu tenho primos e parentes e não cita o nome. Se ele citasse o nome eu poderia até entrar com uma acusação contra ele por calúnia e difamação", afirmou Bolsonaro, que nega ter prometido a um primo rever o preço competitivo da banana do Equador. "Não é verdade, fake news, é mentira". "Olha Folha de S.Paulo, isso não é um jornalismo sério, não é a primeira vez. Eu lamento matéria nesse sentido aqui", afirmou.

O colunista Janio de Freitas respondeu ao presidente: "O reconhecimento de Jair Bolsonaro à Folha explica que a priorize com sua leitura", disse.

"Meu comentário foi sobre notícia de O Globo de dois dias antes (8.mar.19), com a seguinte informação não considerada pela crítica a mim: 'A medida (palavras de Bolsonaro: 'acabar com o fantasma da importação de banana do Equador'), caso seja adotada, poderá beneficiar um dos sobrinhos do presidente que é produtor rural na região do Vale da Ribeira'. 'Outro que pode ser beneficiado é Valmir Beber, aliado político dos Bolsonaro no Vale', onde 'fez campanha para Bolsonaro e teve apoio da família do presidente'. Valmir Beber, aliás, era presidente da Associação dos Bananicultores da região, foi recebido por Bolsonaro pouco antes da posse para falar contra a importação e, como candidato dos Bolsonaro a deputado federal, o bananicultor colheu uma derrota", completou Janio.

Fonte: FolhaPress

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