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Número de mortos chega a 400 no 6º dia da ofensiva israelense

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A Força Aérea Israelense lançou novos bombardeios nesta quinta-feira contra prédios do governo na faixa de Gaza, no sexto dia da grande ofensiva militar contra o movimento islâmico radical Hamas, que já deixa um saldo de 400 mortos e 1.700 feridos.

Dentre as vítimas, 40% são mulheres e crianças, segundo o chefe do serviço de emergências da faixa de Gaza, Moawiya Hasanein. O novo número de vítimas foi divulgado um dia após o fracasso do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) em convencer o governo de Israel a declarar um cessar-fogo e retomar o diálogo com o Hamas.

Nos bombardeios desta quinta-feira, ao menos cinco palestinos morreram e dezenas ficaram feridos, informaram testemunhas.

O Parlamento e o Ministério da Educação foram alguns dos 20 alvos escolhidos pelas forças naval e aérea na última madrugada como "componente fundamental da infra-estrutura dos grupos terroristas em Gaza", informou o Exército israelense, em comunicado.

Desde sábado (27), Israel comanda uma operação militar na faixa de Gaza com bombardeios que atingiram diversos pontos vinculados ao Hamas, como ministérios, casas de ativistas, delegacias, mesquitas, a sede de uma ONG e edifícios da Universidade Islâmica.

Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à violação --e lançamento de foguetes-- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Trata-se da pior ofensiva realizada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Israel posicionou ainda soldados e tanques em torno de toda a fronteira com Gaza --declarada "zona militar fechada" desde segunda-feira (29)-- em preparação para ataque terrestre, que, segundo o canal 2 da televisão israelense, acontecerá nesta sexta-feira.

Ataques

Antes do amanhecer, na cidade de Rafah, um F-16 israelense disparou um míssil que matou dois palestinos e feriu dez, informam testemunhas. Fontes médicas do hospital desta localidade fronteiriça com o Egito também anunciaram a morte de dois civis no ataque à casa de um membro do Hamas.

Quatro milicianos do Hamas foram vítimas de "assassinatos seletivos" quando estavam em suas casas, disseram fontes dos serviços de emergência.

Também foram destruídos cinco túneis subterrâneos na fronteira entre Gaza e o Sinai, pelos quais passam contrabandos de armas e todo tipo de produtos após o bloqueio israelense, estabelecido em 2007 como forma de enfraquecer o poder do Hamas na região.

Alguns moradores disseram ainda que houve bombardeios terrestres, que se juntam aos realizados pelos navios de guerra que patrulham o litoral de Gaza.

O Exército atacou ainda, nesta quinta-feira, a partir do mar, um centro de operações policial em Rafah e um imóvel das autoridades litorâneas do Hamas, próximo da Cidade de Gaza, declararam as testemunhas.

Retaliação

As milícias palestinas do Hamas, por outro lado, continuaram lançando foguetes contra Israel, em um raio de 40 quilômetros da fronteira.

Seis projéteis caíram esta manhã na região de Eshkol e dois foguetes Grad na cidade de Beer Sheva.

Os ataques de foguetes já deixaram quatro civis mortos desde o início da ofensiva, no sábado (27).

A inteligência militar israelense disse ter destruído, nos últimos bombardeios, um terço do arsenal de foguetes dos grupos armados palestinos, que calcula agora em 2.000 unidades. O Hamas, contudo, nega que os bombardeios tenham diminuído seu controle sobre a região.

Trégua

Na noite desta quarta-feira (31), o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, pediram separadamente o fim da ofensiva israelense.

Horas depois, o Conselho de Segurança da ONU concluía uma reunião de urgência sem alcançar acordo sobre o projeto de resolução apresentado pela Líbia que pede o final imediato das operações militares israelenses no território palestino.

O texto apresentado pela delegação líbia em nome dos países árabes foi rejeitado pelas potências ocidentais, que o consideram desequilibrado, por não fazer referência ao Hamas.

O projeto de resolução pedia o fim imediato das operações militares de Israel na faixa de Gaza, exigia que acabasse o bloqueio ao território palestino e condenava as ações israelenses por considerá-las responsáveis pelo conflito.
 
Fonte: Folha Online
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