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Muçulmanos são retirados de avião nos EUA por comentário "suspeito"

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Nove muçulmanos, entre eles três crianças, foram obrigados a deixar um avião prestes a decolar para um voo doméstico nos Estados Unidos, depois de outros passageiros terem ouvido o que consideraram observações suspeitas sobre a segurança aérea, informou a imprensa nesta sexta-feira (2).

O grupo já estava, em Washington, dentro do avião da AirTran com direção a Orlando (Flórida, sudeste) na tarde de quinta-feira (1º), segundo o "Washington Post".

Kashif Irfan, de 34 anos, explicou que seu irmão mais novo, Atif, virou-se para a mulher dele e disse apenas "Uau, os motores ficam justamente ao lado de minha janela".

Ele declarou ao canal de televisão CNN que todos foram cuidadosos em não usar nenhum termo chamativo como "bomba, ameaças ou algo relacionado que pudesse nos colocar em uma situação comprometedora".

Irfan admitiu que os responsáveis do voo e os agentes do FBI foram bastante amáveis e generosos" ao lidar com a situação, e culpou a companhia aérea pelo incidente. Os agentes do FBI falaram com o pessoal da AirTran no aeroporto de Washington e pediram que nos deixassem viajar em outro voo para Orlando", contou.

Preconceito

Irfan, que estava com a esposa, a cunhada, um amigo e três filhos, disse que a decisão contra eles foi tomada, simplesmente, por sua aparência e cor da pele. "Estávamos vestidos com trajes muçulmanos, com os homens de barba e as mulheres usando véus."

Os que ouviram a conversa foram contá-la, logo, à tripulação, e o piloto decidiu adiar a decolagem. Agentes federais ordenaram aos 104 passageiros que descessem do avião para uma nova revista, mais detalhada, autorizando, duas horas mais tarde, o vôo para Orlando, mas sem os nove muçulmanos.

Ellen Howe, porta-voz da Administração de Segurança no Transporte, disse que o piloto agiu corretamente. "No final das contas, estas pessoas fazem comentários que não deveriam ser feitos num avião", opinou.

Um dos detidos, Razack Aziz, disse por sua vez: "Foi uma experiência terrível (...). Não se chegou a nada. São gente paranóica. Foi muito triste".
 
 
 
Fonte: G1

 

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