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Cresce a preocupação dos industriais com o baixo consumo, afirma pesquisa da CNI

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O baixo consumo, o excesso de estoques e a difícil situação financeira das empresas atrapalham a retomada da atividade industrial. A preocupação dos empresários com a falta de demanda não para de crescer e é o segundo principal obstáculo da indústria, atrás apenas da elevada carga tributária. A demanda interna insuficiente foi citada por 41,1% das empresas como um dos principais problemas enfrentados pelo setor no segundo trimestre deste ano. O número é 3,6 pontos percentuais acima do registrado no primeiro trimestre. Foi o quarto aumento consecutivo do percentual de assinalações, que está 10 pontos percentuais maior do que o verificado no quarto trimestre de 2018, informa a Sondagem Industrial de junho, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 22 de julho.

“A preocupação com a falta de demanda desestimula os empresários a aumentar a produção, fazer investimentos e criar empregos, o que dificulta ainda mais a recuperação da economia”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. Ele destaca que a demanda fraca é resultado do baixo nível de atividade e do elevado desemprego.

A pesquisa observa que a falta de demanda no mercado externo, que está em nono lugar no ranking dos principais problemas, também está ganhando importância. O número de citações à demanda externa insuficiente alcançou 13,4%, o maior desde 2015, quando começou a nova série de principais problemas da Sondagem Industrial.  Em primeiro lugar no ranking está a elevada carga tributária, com 42,4% das menções, seguida da demanda interna insuficiente com 41,1% das respostas e, em terceiro lugar, a falta ou o alto custo da matéria-prima.

Além disso, as condições financeiras das empresas continuam debilitadas. Os índices de satisfação com o lucro operacional e com a situação financeira das empresas permanecem abaixo dos 50 pontos. Isso indica que os empresários estão insatisfeitos com o lucro e com as condições financeiras das empresas.

As empresas também seguem enfrentado dificuldades de acesso ao crédito. Embora o índice de facilidade de acesso ao crédito tenha subido 0,9 ponto em relação ao primeiro trimestre e alcançado 39,6 pontos no segundo trimestre, continua abaixo dos 50 pontos, o que indica dificuldades para obter financiamentos.

Produção e emprego

Com a falta de demanda, a produção industrial voltou a cair em junho frente a maio. O índice de evolução da produção em 43,4 pontos.  “É esperada queda na produção nesta comparação”, observa a CNI. Entretanto, o índice de junho é o menor para o mês dos últimos quatro anos, superando somente os registrados em anos de crise mais aguda, em 2014 e 2015. Ou seja, a queda de junho de 2019 foi mais forte que a observada nos últimos anos”, afirma a pesquisa.

O emprego também caiu. O índice de evolução do número de empregados ficou em 47,2 pontos em junho. “O valor é inferior ao registrado em junho nos dois últimos anos”, diz a Sondagem Industrial. A utilização da capacidade instalada também diminuiu para 66% em junho. “O percentual é 5 pontos percentuais inferior à média para o mês, considerando o período entre 2011 e 2014, antes da crise recente”, informa a pesquisa.

O excesso de estoques, que vem crescendo desde fevereiro, subiu ainda mais em junho e está em 52,2 pontos, o maior valor desde maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. Isso mostra que as indústrias estão com os estoques acima do planejado.

Expectativas positivas

Mesmo assim, as perspectivas são otimistas. Os índices de expectativas continuam acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o aumento da demanda, das compras de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.

O índice de intenção de investimentos ficou estável, em 52,4 pontos. “O indicador é 3 pontos maior que o registrado em junho de 2018 e 3,3 pontos superior à média histórica”, observa a pesquisa.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de junho com 1.903 empresas. Dessas, 770 são pequenas, 695 são médias e 438 são de grande porte.

Fonte: CNI

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