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Calendário recorde em 2020 vira queda de braço entre dona da F-1 e times

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A temporada da Fórmula 1 de 2020 caminha para ser a mais longa da história, com 22 etapas, uma a mais que a atual. Pelo menos é essa a intenção da Liberty Media, que gere da categoria. Mas o problema é convencer as equipes a ampliar ainda mais o calendário.

Até o último final de semana, estava decidido que o calendário teria 21 corridas e o CEO da F-1, Chase Carey, tinha garantido pessoalmente aos times que esse seria o limite, mesmo com a entrada das etapas do Vietnã, em abril, e da Holanda, em maio. Assim, ficariam de fora os GPs da Alemanha e da Espanha.

O governo da Catalunha, no entanto, liberou no final da semana passada os 24 milhões de euros necessários para bancar a taxa que o Circuito da Catalunha tem de pagar à F-1 para a realização da prova, abrindo o caminho para uma renovação. 

A permanência do GP da Espanha não está confirmada, mas é de todo interesse da Liberty Media contar com a prova, uma vez que as taxas vindas dos promotores são a principal fonte de renda da F-1 hoje, e não mais o dinheiro dos direitos de TV.

Desde que a Liberty Media assumiu o controle da categoria, a receita (dividida entre a empresa e as equipes) vem diminuindo, então os cartolas veem o aumento do número de etapas como a solução para melhorar a saúde financeira do esporte.

Os times, no entanto, são contra, pois avaliam que os mecânicos e engenheiros já estão no limite, e argumentam que inclusive têm tido dificuldade em recrutar profissionais de alto nível que aceitem ficar tantos dias fora de casa.

Mas o principal entrave da proposta da Liberty de ter 22 corridas no ano que vem é outro: o regulamento atual limita a três o número de unidades de potência que cada piloto pode usar ao longo do ano antes de começar a sofrer punições com a perda de posições no grid. 

As equipes de fábrica de Ferrari, Renault, Mercedes e Red Bull-Honda já assinalaram que só aceitam um calendário maior se puderem usar quatro motores. Para os clientes, contudo, isso gera um gasto de 10 milhões de euros por motor, algo que eles querem que a Liberty compense de alguma maneira.

O número de etapas é um dos problemas que a Liberty está enfrentando para confirmar o calendário do ano que vem, que é esperado só para setembro ou outubro, bem mais tarde que o normal. 

Isso porque há dúvidas se a pista do Vietnã vai ficar pronta a tempo. Outra questão é que Baku e França estão pedindo para que as datas de suas provas sejam alteradas.

Neste final de semana, a Fórmula 1 vai para Hungria para a disputa da 12ª etapa do campeonato, que é liderado por Lewis Hamilton, da Mercedes.

JULIANNE CERASOLI
BUDAPESTE, HUNGRIA (UOL/FOLHAPRESS)

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