Após entrevista por telefone do advogado de José Viriato Correia Lima, ex-coronel da PM condenado por comandar o crime organizado no Piauí, o atual secretário de Segurança do Estado, Robert Rios Magalhães, defendeu que o preso seja transferido das instalações da Polícia Militar para um quartel do Exército. A declaração foi dada após Leôncio Coelho defender que entrou com recurso da perda da patente na PM, mas que Correia Lima ainda é tenente do Exército. 

 

"Agora vou chamá-lo de tenente do brioso Exército Nacional. É o mais novo homem de Caxias! Deve ser um orgulho para o Exército Brasileiro", ironizou Rios, por telefone. "Ele tem que ir para o Exército. Lá é que a casa dele. Já que ele é tenente do Exército, nós vamos providenciar a transferência dele. Não é normal que um oficial do Exérxito fique preso com a Polícia Militar", acrescentou.

"Inquérito mal feito"
A intervenção de Robert Rios foi provocada após declarações de Leôncio no Jornal do Piauí desta quarta-feira (14). O advogado afirmou que conseguiu vários alvarás de soltura desde 2002, quando assumiu o caso, graças a erros nos inquéritos policiais. Ele criticou o secretário, que ontem cobrou a Justiça pelo não julgamento do ex-coronel. "A culpa é da policia que fez um inquerito policial mal feito, não conseguiu juntar provas suficientes para que se condenasse o coronel Correia Lima", disse.

 

O advogado foi mais grave em suas acusações ao insinuar que existiram provas forjadas no inquérito. "O Direito não admite brincadeira. O direito é correto, é limpo, é cristalino. Não adianta se forçar indícios e colocar. Você tem que provar por a mais b", acrescentou, defendendo o Poder Judiciário, qualificado por ele como brioso.

 

 

Robert Rios disse pensar ter ouvido Correia Lima falando na TV. "De tanto conviver com o Correia Lima a pessoa costuma absorver a truculência, a arrogância e o linguajar. Não adianta ele ficar puxando saco de promotor, de magistrado, que isso não vai trazer nenhum benefício para o coronel", disse o secretário, lembrando que o ex-coronel já foi condenado a cerca de 50 anos de prisão, e seria a mais 300 se os julgamentos fossem realizados.

 

Ele lembrou ainda que, quando delegado da Polícia Federal, Correia Lima não foi absolvido em nenhum dos inquéritos feitos pela Comissão do Crime Organizado. "Se os inquéritos foram mal feitos, por que ele não permite o julgamento e desmonta esse inquérito no tribunal do júri? Se a investigação é mal feita, naturalmenete não há provas contra o coronel", questionou Rios, acusando Leôncio de falta de ética perante a OAB e de trabalhar somente para protelar os julgamentos do ex-coronel.