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Bruno Covas segue na prefeitura após diagnóstico de câncer

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Foto: Folha Premium / FolhaPress

O prefeito Bruno Covas (PSDB), 39, recebeu diagnóstico de câncer no trato digestivo com metástase e terá que passar por quimioterapia. O diagnóstico foi divulgado nesta segunda-feira (28) em coletiva de imprensa no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Covas não deve se afastar do cargo a princípio. Aos médicos, ele disse que terá a responsabilidade de ficar no comando da prefeitura enquanto possível e só deixará o posto quando precisar.

O adenocarcinoma está localizado na área de transição entre o esôfago e o estômago -chamada cárdia-, e que se expandiu para lesões no fígado e nos linfonodos.
"Nunca vi um diagnóstico tão precoce", afirmou o infectologista David Uip, que tem acompanhado o tratamento do prefeito. Ele definiu como um "achado de sorte", a partir de uma investigação iniciada devido à ocorrência de tromboembolismo nos pulmões.

Questionados sobre a agressividade do câncer, médicos afirmaram que o fato de um tumor pequeno ter comprometido outro órgão mostra que se trata de uma situação "traiçoeira".

"Não existe um ranking de agressivo ou não para tumores. Podemos dizer que a doença foi algo traiçoeira. Não trouxe nenhum sintoma local. A primeira manifestação foi a trombose. Do ponto de vista sistêmico, a doença está localizada", afirmou Artur Katz, oncologista do Sírio-Libanês.

Covas iniciará o tratamento contra o câncer em um período de 36 horas. Este tipo de tratamento normalmente é ambulatorial, mas o prefeito deve permanecer internado ao menos até sexta-feira (1º) por apresentar também embolia pulmonar.

Os médicos responsáveis pelo tratamento de Covas afirmam que em um período de seis a oito semanas eles poderão avaliar a eficácia ou não do tratamento quimioterápico. Ele passará por três sessões de quimioterapia e não está descartada uma eventual cirurgia após este período.
De acordo com David Uip, o prefeito está muito confiante e permanece trabalhando.
Covas tem procurado cuidados médicos desde sábado (19), quando sentiu-se mal, passou pelo pronto-socorro do hospital Albert Einstein e começou a fazer tratamento com antibióticos.

Como o resultado não foi o esperado, ele se dirigiu ao Sírio-Libanês na quarta-feira (23), quando recebeu o diagnóstico de erisipela na perna direita.

A erisipela consiste em infecção de pele causada por bactérias que penetram através de pequenos ferimentos, como picadas de inseto, frieiras e micoses. Por recomendação do infectologista David Uip, Covas foi internado.
Entre o dia 19 e a internação, Covas resistiu à recomendação de desacelerar o dia a dia na prefeitura. O prefeito manteve a mesma rotina, despachando e participando de atos públicos.

Um dos últimos compromissos dele foi ato de sanção de alteração de lei relacionada ao Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano), com fixação de 30% dos recursos para habitação, na quarta-feira (23).

No dia da internação, a perna do prefeito estava inflamada, e a panturrilha dura, o que sugeriria uma trombose venosa profunda, o que foi confirmado por uma tomografia.
Exames posteriores diagnosticaram um tromboembolismo nos dois pulmões -quando um coágulo se desloca de alguma região do corpo para o pulmão.

Do hospital, ele manteve o contato com o secretariado, tanto por telefone quanto pessoalmente. Ele também continuou atualizando sua conta no Instagram -inclusive, assuntos alheios à sua questão de saúde, como a divulgação de novos dados de despesas no portal da transparência.

Após um exame pet scan, veio o diagnóstico de uma tumoração no trato digestivo, que foi divulgado neste domingo (27).

A descoberta surpreendeu a equipe médica, porque o prefeito em nenhum momento apresentou sintomas clássicos de um câncer no aparelho digestivo, como perda de peso (ele mantém o mesmo há dois anos).

Ele é saudável, faz academia cinco vezes por semana e não tem histórico familiar de câncer nessa região. O avô dele, Mario Covas, ex-governador de São Paulo, morreu em 2001 em decorrência de um câncer na bexiga.
Pessoas próximas ao prefeito afirmam que o diagnóstico assustou o prefeito, mas que nesta segunda (28) ele já estava despachando novamente. Inclusive, teria dado ordem para que se mantivesse a programação normal na prefeitura, incluindo inaugurações.
Nesta segunda, Covas escreveu texto sobre o assunto em suas redes sociais. "Não tenho dúvidas que vou vencer esse desafio. Quero agradecer as centenas de mensagens que tenho recebido de inúmeras pessoas. Ajuda muito a atravessar a tempestade", escreveu.

SUCESSÃO

O possível pedido de licença e afastamento de Covas precisa ser ratificado pela Câmara. Caso isso ocorra, quem assumiria a administração municipal é o presidente do Legislativo municipal, vereador Eduardo Tuma (PSDB), uma vez que Covas foi eleito vice-prefeito na chapa do atual governador e ex-prefeito João Doria (PSDB).

De acordo com a Lei Orgânica do Município de São Paulo, em caso de impedimento ou vacância dos cargos de prefeito e vice-prefeito, e tendo já decorrido dois anos de mandato, o presidente da Câmara assume por 30 dias. Após esse período, uma eleição indireta deve ser realizada pela Câmara para os dois cargos, com a indicação de apenas uma chapa por partido. Cabe à Mesa Diretora editar as regras que regulamentarão esse processo eleitoral. E os eleitos, para prefeito e vice, devem cumprir apenas o período restante do mandato.

Covas está no penúltimo ano de mandato.

Fonte: Folha Press

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