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Técnicas de DNA ajudam a decifrar origem de povos do passado

Foto: Pixabay

O avanço da tecnologia tem proporcionado investigações importantes sobre o passado. O registro histórico de povos da Roma antiga acaba de ser revelado por uma pesquisa que envolveu informações sobre o DNA de corpos encontrados em sítios arqueológicos.

O estudo, publicado na Science, traçou 12 mil anos de história usando genomas de 127 pessoas enterradas em 29 sítios arqueológicos na cidade de Roma e nos arredores.  A pesquisa foi conduzida pelo antropólogo físico Alfredo Coppa, da Universidade Sapienza de Roma, que buscou centenas de amostras em dezenas de locais previamente escavados. O pesquisador Ron Pinhasi, da Universidade de Viena, extraiu o DNA dos ossos do ouvido dos esqueletos, e Jonathan Pritchard, geneticista da população da Universidade de Stanford, sequenciou e analisou seu DNA.

Os genomas mais antigos vieram de três caçadores-coletores que viveram de 9.000 a 12.000 anos atrás e se pareciam geneticamente com outros caçadores-coletores na Europa na época. Os genomas posteriores mostraram que os romanos mudaram em sintonia com o resto da Europa, pois um influxo de fazendeiros ancestrais da Anatólia (hoje Turquia) reformulou a genética de toda a região há cerca de 9000 anos. Mas Roma seguiu seu próprio caminho de 900 aC a 200 aC. Foi quando ela cresceu de uma pequena cidade para uma cidade importante, pois durante seu crescimento, provavelmente estava acontecendo migração intensa, como confirmaram os genomas de 11 indivíduos desse período. Algumas pessoas tinham marcadores genéticos semelhantes aos dos italianos modernos, enquanto outros tinham marcadores que refletiam ascendência do Oriente Médio e do norte da África.

Muito provavelmente a diversidade aumentou ainda mais quando Roma se tornou um império. Entre 27 aC e 300 dC, a cidade era a capital de um império de 50 a 90 milhões de pessoas, que se estendia do norte da África à Grã-Bretanha e ao Oriente Médio. Sua população cresceu para mais de 1 milhão de pessoas com uma diversidade genética considerável. Muitas pessoas de certas partes do império eram muito mais propensas a se mudar para a capital. O estudo sugere que a grande maioria dos imigrantes de Roma veio do Oriente. Dos 48 indivíduos amostrados nesse período, apenas dois apresentaram fortes laços genéticos com a Europa. Outros dois tinham forte ascendência norte-africana. O resto tinha ascendência conectando-os à Grécia, Síria, Líbano e outros lugares no Mediterrâneo Oriental e no Oriente Médio.

A pesquisa genética pode colaborar na elucidação do passado de muitos povos. Aspectos importantes sobre a ocupação das américas, por exemplo, precisam ser melhor esclarecidas. Durante muito tempo a crença de que os povos das américas teriam atravessado o Estreito de Bering durante a Era Glacial retardaram pesquisas sobre a origem dos povos americanos. Aqui no Piauí, com a ajuda da missão franco-brasileira que há décadas tem buscado achados significativos dos sítios da Serra da Capivara, muito ainda há de ser descoberto. É esperar evidências mais seguras para explicar de onde veio os primeiros humanos a chegarem por aqui.

Boa semana para todos e todas.

(Com informações da Revista Science)

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