O delegado Moysés Eduardo Ferreira, da Polícia Federal de Santos, disse neste domingo (18) ter ficado surpreso ao saber que o empresário Diego Mendes de Oliveira, de 26 anos, comeu ostras dias antes de morrer. A principal linha de investigação da polícia é a de que o rapaz morreu no sábado (17) de intoxicação alimentar. O corpo dele foi enterrado neste domingo, no ABC.
O turista estava a bordo do navio Soberano com o irmão e mais dois amigos. “Só ele passou mal”, disse Ferreira, acrescentando, no entanto, que o empresário “não seria alérgico” a ostra. De acordo com o delegado, o médico do navio contou que realizou “atendimentos rotineiros”, o que indicaria que não houve outros casos de intoxicação alimentar dentro da embarcação.
Laudo
Apesar da suspeita, Ferreira foi cauteloso em apontar a ostra como o verdadeiro causador da morte do turista. “A principal prova agora é o laudo da necropsia, que deve sair em 20 ou 30 dias”. Neste domingo, não houve depoimentos – ao todo, foram dez, entre amigos e parentes da vítima, além do médico e do comandante do navio.
O Soberano saiu de Santos, no Litoral Sul de São Paulo, no dia 10, e passou por Ilhéus, Salvador (ambos na Bahia) e Angra dos Reis, no Litoral Sul do Rio de Janeiro. De acordo com Thiago Oliveira, durante a viagem, o irmão dele começou a passar mal, com febre e vômitos e depois outros sintomas surgiram, como dores nas pernas, no estômago e manchas pelo corpo.
De acordo com ele, os médicos “não internaram” Oliveira no ambulatório. “Foi tudo feito no quarto, na cabine e foi uma coisa muito chata. Ele ficou muito mal, sofreu bastante”. Mesmo assim, o delegado descarta negligência médica. “O atendimento, pelo o que eu soube (em depoimentos), foi dentro do que se considera necessário para esse tipo de cruzeiro na costa brasileira”, afirma Ferreira.
A CVC, operadora do navio, informou que apenas Oliveira foi atendido pela equipe médica na sexta-feira (16). Nenhum outro passageiro teria apresentado sintomas parecidos. O laudo médico apontou que a causa da morte foi insuficiência cardíaca. De acordo com a assessoria de imprensa da CVC, o jovem foi atendido pela equipe médica a bordo, que usou toda a infraestrutura disponível.
Outros casos
No sábado (10), uma mulher de 74 anos, passageira de um transatlântico morreu a bordo de um cruzeiro no litoral paulista. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, ela sofreu uma parada cardíaca. O incidente ocorreu no momento em que ela fazia check out no navio.
Em 19 de dezembro, a estudante Isabella Baracat Negrato, de 20 anos, morreu a bordo de um cruzeiro universitário em Ilhabela, litoral norte de São Paulo. Segundo testemunhas relataram à Polícia Civil, a jovem tomou uma quantidade excessiva de bebidas alcoólicas, antes de passar mal. A polícia investiga o caso.
Fonte: G1