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Oeiras sedia I Simpósio sobre Medicalização da Educação e da Sociedade

Oeiras sediou nos dias 25 e 26 de novembro o I Simpósio sobre Medicalização da Educação e da Sociedade no Piauí: partilhando experiências e criando caminhos na primeira capital. O simpósio foi uma proposição do Núcleo Piauí de Medicalização da Educação e da Sociedade, após a aprovação do Projeto de Lei Municipal, que institui a data de 11 de novembro como dia de luta contra medicalização da educação e da sociedade.

O evento aconteceu no auditório do Instituto Federal do Piauí (IFPI) e contou com a parceria da Prefeitura de Oeiras, através das Secretarias Municipais de Saúde (SEMUSA), Educação (SEMED) e Assistência Social (SEMAS). A 8ª Gerência Regional de Educação (8ª GRE) e 14° Batalhão da Polícia Militar (BPM) também colaboraram para o sucesso do evento.

“Foi um evento de grande potência e para que tudo acontecesse de forma linda, contamos com o apoio e agradecemos imensamente a participação de todos, ouvintes e articuladores, de um modo especial, ficamos e estamos muito lisonjeados com as apresentações dos Núcleos de Cultura da Educação (Grupo de Flautistas, Coral)”, comenta o psicólogo João Marcos Amorim, coordenador do evento, destacando que, entre as 14 cidades piauienses que aderiram ao projeto, Oeiras foi a primeira a sediar um simpósio sobre a temática.

Medicalização

A medicalização tem sido alvo de grande preocupação, gerando muitos debates, ações frente ao poder público e articulação com os conhecimentos acadêmicos. Entende-se por medicalização o processo em que as questões da vida social, sempre complexas, multifatoriais e marcadas pela cultura e pelo tempo histórico, são reduzidas à lógica médica, vinculando aquilo que não está adequado às normas sociais a uma suposta causalidade orgânica, expressa no adoecimento do indivíduo.

Segundo a Unicamp, medicalização é o processo pelo qual o modo de vida dos seres humanos é apropriado pela medicina e que interfere na construção de conceitos, regras de higiene, normas de moral e costumes prescritos – sexuais, alimentares, de habitação – e de comportamentos sociais. Este processo está intimamente articulado à ideia de que não se pode separar o saber – produzido cientificamente em uma estrutura social – de suas propostas de intervenção na sociedade, de suas proposições políticas implícitas. A medicalização tem, como objetivo, a intervenção política no corpo social.

Assim, questões como os comportamentos não aceitos socialmente, as performances escolares que não atingem as metas das instituições, as conquistas desenvolvimentais que não ocorrem no período estipulado, são retiradas de seus contextos, isolados dos determinantes sociais, políticos, históricos e relacionais, passando a ser compreendidos apenas como uma doença, que deve ser tratada.

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