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Teresina terá caos na saúde se não houver isolamento, alerta Firmino Filho

Em entrevista nesta segunda-feira (23), o prefeito de Teresina, Firmino Filho, alertou para um caos no sistema de saúde caso a população não atenda ao recolhimento domiciliar e os pontos comerciais não obedeçam o decreto de suspensão das atividades para evitar aglomerações em decorrência do vírus Covid-19, o novo coronavírus.

O prefeito aponta o número crescente de casos confirmados e de óbitos em decorrência do Covid-19 na Itália, que já vive um colapso nos serviços de saúde. Na Itália, mais de 700 pessoas vão a óbito diariamente por complicações da doença.

“Só tem uma saída, é fazer o distanciamento social. Fazer com que nós viemos a diminuir a circulação de pessoas e portanto diminuir a propagação. O vírus, eventualmente, vai se propagar. O que não podemos é deixar que ele se propague rapidamente. Porque se isso acontecer, se a curva for concentrada, como está sendo na Itália, nós podemos ter um caos completo no sistema de saúde, um caos completo no nosso país”, afirmou. 

Firmino lembrou que a pandemia se espalhou do outro lado do planeta, se espalhando rapidamente pelo mundo e chegando a Teresina com casos já confirmados. Até o momento não existe nenhum remédio comprovado e a vacina só tem previsão de ser descoberta daqui a cinco anos.

Supermercados, mercearias e farmácias não são alvo do decreto e deverão continuar funcionando. Os serviços de abastecimento de água, esgoto, limpeza e saúde também permanecem. 

O prefeito lembrou que a o decreto vale por     quinze dias e pode ser estendido. “A ideia é que em 15 dias a gente possa rever esse decreto e, eventualmente, caso precise de um ajustamento, ele pode ser modificado antes”, disse. 

Cumprimento do decreto

Desde o primeiro decreto, suspendendo as atividades na última sexta-feira (20) uma parcela da população e de pontos comerciais não atenderam a recomendação de isolamento. Na entrevista, Firmino falou que as forças policiais serão usadas para garantir o cumprimento da lei.

“Aquele estabelecimento que não cumprir, nós iremos ter as penalidades administrativas e teremos também as forças de segurança. Temos a Guarda Municipal, pela prefeitura, e o próprio governador coloca à disposição as forças policiais, a Polícia Militar, para que nós possamos fazer valer esse tipo de regra”, disse Firmino pedindo compreensão da população.

Foto: Ascom/PMT

Fechamento de divisas

No caso da circulação de ônibus interestaduais em Teresina, Firmino explicou que as ações de prevenção são de competência do governo do Estado e estão previstas no decreto de calamidade públicado pelo governador Wellington Dias.

Reunião com ministério e Bolsonaro

No final de semana, houve uma reunião virtual do Ministro da Saúde com os prefeitos das capitais e principais cidade do país. Firmino Filho apontou que falta coordenação nacional para dar respostas à epidemia no Brasil.

“É necessário termos um fórum interfederativo para coordenarmos essas ações. O que nós estamos vendo nessa crise é que as ações elas não estão sendo devidamente coordenadas”. 

Equipamentos de proteção individual

Na reunião, os prefeitos também pediram apoio da União para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras. Firmino pediu que a população evite comprar máscaras e outros produtos sem prescrição. “Aquilo que a gente usar, vai faltar para os profissionais da saúde”, alertou o prefeito.

Vacinação de idosos

A campanha de vacinação começa esta semana. Firmino destacou que é fundamental a vacinação de idosos neste período pela vulnerabilidade da população com mais de 60 anos a outros vírus como HN1, influenza e outras gripes sazonais. Firmino também pediu que a população evite aglomeração nos pontos de vacinação, atentando para um distanciamento entre as pessoas nas filas de espera. 

Custos financeiros

Firmino falou ainda que a crise sanitária em decorrência do Covid-19 ainda terá fortes reflexos econômicos, com previsão de queda negativa no PIB e  aumento no número de desempregados, como já preveem economistas nos Estados Unidos. “Vamos sair mais pobres, porque essa crise tem um custo financeiro, mas vamos sair vivos”, disse.

 

Valmir Macêdo
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